"Asseguro
a vocês: vamos manter a ordem. Os manifestantes têm direito de questionar tudo
e propor mudanças. Mas precisam fazer isso de forma pacífica e ordeira. O
governo e a sociedade não podem aceitar que uma minoria violenta e autoritária
destrua o patrimônio público e privado...” - Trechos do primeiro pronunciamento de
Dilma Rousseff, em rede nacional, sobre os protestos que tomaram conta do País
em junho de 2013
Sombra - Como foi a participação
de vocês no assalto ao cofre do governador paulista Adhémar de Barros?
Carlos Araújo - Não tivemos
participação física no assalto. A participação minha e da Dilma foi na decisão
de fazer a operação. Somos responsáveis, tanto quanto qualquer outro
companheiro da direção do movimento, que eram nós e mais três, pela decisão de
fazer o assalto. Avaliamos toda a operação, se era viável, mas não participamos
do assalto em si porque não era atribuição do nosso setor.
Sombra: Como vocês conseguiram
trocar o dinheiro do assalto?
Carlos Araújo: Na época era muito
dinheiro, quase US$ 2,5 milhões. A gente precisava desse dinheiro, tinha muita
gente de outros Estados que foi para o Rio de Janeiro, porque lá era mais fácil
para alugar um apartamento, ninguém pedia documento, não queriam saber quem
você era. Mas era muita gente, estávamos precisando fazer uma ação em banco por
dia praticamente para manter a estrutura do movimento.
Por isso que decidimos fazer um
assalto grande para não precisar mais das ações nos bancos... Um milhão de
dólares nós levamos para a embaixada da Argélia, que ficou responsável por
mandar para os companheiros que estavam passando por dificuldades, até passando
fome lá fora. A outra parte a gente dividiu por setores e Estados também. Foi
até engraçado, porque tínhamos uma mala de dólares, mas não tínhamos dinheiro
para fazer nada, nós precisávamos trocar. Foi então que decidimos pegar duas
companheiras, que sabiam inglês, e elas foram numa casa de câmbio atrás do
Copacabana Palace. Colocaram as melhores roupas que tinham, eram mulheres muito
bonitas, e conseguiram trocar um pouco do dinheiro... Mas também tínhamos que
tomar cuidado, porque já tinha saído no jornal. Foi então que, 72 horas depois
do assalto, o Bradesco veio nos procurar porque queria trocar todo o dinheiro,
com câmbio superior ao oficial. Resolvemos nos encontrar com eles e trocamos o
restante do dinheiro.
Sombra: Uma das jovens que trocou
o dinheiro do assalto era a Dilma?
Carlos Araújo: Sim, era a Dilma.
A outra era a Dodô, a Maria Auxiliadora, uma médica que depois acabou se
matando na Alemanha. Eram mulheres muito bonitas, fizeram o papel delas sem
problema nenhum. O grupo já havia assaltado alguns bancos com sucesso, a Dilma
sempre foi muito fria para essa tarefa.
O
assalto ao cofre ocorreu na
tarde de 18 de julho de 1969, no Rio de Janeiro. Até então, fora "o maior
golpe da história do terrorismo mundial", segundo informa o jornalista Elio Gaspari em seu livro “A Ditadura
Escancarada”. Naquela tarde, a bordo de três veículos, um grupo formado por
onze homens e duas mulheres, todos da VAR-Palmares, chegou à mansão do irmão de
Ana Capriglioni, amante do governador, no bairro de Santa Teresa, no Rio.
Quatro guerrilheiros ficaram em
frente a casa. Nove entraram, renderam os empregados, cortaram as duas linhas
telefônicas e dividiram-se: um grupo ficou vigiando os empregados e outro subiu
ao quarto para chegar ao cofre. Pesava 350 quilos. Devia deslizar sobre uma
prancha de madeira pela escadaria de mármore, mas acabou rolando escada abaixo.
A ação durou 28 minutos e foi coordenada por Dilma Rousseff e Carlos Franklin
Paixão de Araújo, que então comandava a guerrilha urbana da VAR-Palmares em
todo o país e mais tarde se tornaria pai da única filha de Dilma. O casal
planejou, monitorou e coordenou o assalto ao cofre de Adhemar de Barros. Dilma,
no entanto, não teve participação física na ação. "Se tivesse tido, não teria nenhum problema em admitir", diz a
ministra [na época em que foi escrito o livro], com orgulho de seu passado de
combatente. Enviado
por Samuca Mac Dowell
Foto Pesquisa Q&M 150
#Em
4 de dezembro de 1963, Arnon de Mello, disparou três tiros contra o
senador Silvestre Péricles, seu inimigo político, dentro do Senado Federal em
Brasília. O senador Péricles estava na tribuna, a cinco metros de distância, e
não foi atingido; Arnon de Mello acertou erroneamente um tiro no peito do
senador José Kairala, do Acre, que morreu. Era o último dia de trabalho, de José
Kairala, no Congresso. Apesar do assassinato, e ainda que tenha sido dentro do
Senado Federal, na presença flagrante de inúmeras autoridades, Arnon de Mello
não teve seu mandato cassado nem qualquer punição imposta pela Mesa, devido à
imunidade parlamentar. Arnon Afonso de Farias Melo, é pai de Fernando Collor de
Mello e de Pedro Collor de Mello.
#Em
1964, Sarney ainda não era governador, apoiou o golpe, enquanto seus
companheiros foram todos cassados. Em 65, Sarney elegeu-se governador do
maranhão, ajudado pelo general Castelo Branco, que mandou o coronel João
Figueiredo, do SNI, para participar da campanha de Sarney. O “Sistema” era o
regime militar, a ditadura. Defendendo a “expansão do “sistema”, Sarney
defendia a ampliação, o endurecimento do regime, da ditadura, mais ainda do que
no governo Médici, o que era exatamente a posição da “linha dura”, que tinha
sido derrotada com a escolha de Geisel.
#Em
2005, Paulo Salim Maluf, foi preso pelo Delegado de Policia Federal, Protogenes,
acusado de intimidar uma testemunha e permaneceu na cárcere sede da Polícia
Federal de São Paulo por 40 dias. Este episódio ocorreu após as graves
denúncias de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, corrupção e crime
contra o sistema financeiro. O STF julgou que a prisão de Paulo Maluf era
juridicamente ilegal, pois sua saúde seria frágil para permanecer preso,
autorizando assim a sua saída da prisão. Os jornais denunciaram à época que
apesar da saúde "frágil", Maluf no dia seguinte foi encontrado
comendo pastéis e tomando chope em Campos do Jordão.
Em março de 2010, seu nome foi
incluído na difusão vermelha da Interpol, por solicitação dos Estados Unidos. Seu
filho, Flávio Maluf, também está na lista de procurados. Por isso, ele
pode ser preso em 181 países. No dia 15 de Junho de 2012, Paulo Maluf foi um
dos quatro brasileiros incluídos pelo Banco Mundial, juntamente com os
banqueiros Edemar Cid Ferreira e Daniel Dantas, em uma lista de 150 casos
internacionais de corrupção.
Atualmente,
as famílias Maluf, Sarney e Mello, são parceiras do governo Dilma da Silva.
Por isso e tudo e muito mais, e bota mais nesse tudo isso, perguntas que bailam misturadas aos flocos
artificiais da grande nevasca, que desaba todo fim ano sobre a esplêndida
manjedoura - onde eternamente está deitada a nação brasileira - intimidam o
desempenho, o brilho cintilante das bolas, dos anjos e das estrelas que adornam
o nosso original - made in tradição
europeia - Pinheiro Natalino. Perguntas que se misturam às passas e as nozes
da farofa que entope as entranhas do peru... que se infiltram entre os ovos, o
leite, o açúcar e a canela que formam a cobertura homogênea do pão das
rabanadas. Perguntas, que à meia noite, desembrulhadas avidamente em meio aos
presentes ao pé do Pinheiro made in sei
lá o que, ressoam como “inimigas ocultas” ou, como preferem os paulistas,
“inimigas secretas”:
O
que é “uma de reforma pacífica e ordeira”?
O
que é “uma minoria violenta e autoritária” que destrói “o patrimônio público e
privado”?
O
que é uma “ideologia política”?
O
que é um “vândalo”?
CDantas