*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

“Notícias notícias notícias”

Houve um tempo, e eu sou testemunha ocular disso, em que as notícias circulavam de manhã e à tarde, e essas duas doses diárias bastavam para manter qualquer cidadão bem informado. A manchete do dia, que não raro era a mesma em toda a imprensa - exceção feita aos jornais populares, que viviam de crimes - era suficiente para alimentar 24 horas de conversas. E nem era preciso comprar os jornais para acompanhá-las: eles ficavam pendurados nas laterais das bancas, presos por pregadores de roupa de madeira, e atraíam os transeuntes, que paravam para se atualizar antes de entrar no trabalho, ou numa folga na hora do almoço...

O mundo era pequeno. Ninguém se interessava por escândalos na Coreia do Sul, implosões de edifícios na China ou assassinatos na Islândia. Por incrível que pareça, era perfeitamente possível sobreviver sem saber, em tempo real, que um filhote de tamanduá foi adotado por cães na Namíbia, ou que um crocodilo invadiu o carro de turistas na Flórida. Ninguém se achava mal informado ao descobrir, com um mês de atraso, que uma cadelinha sobreviveu na Escócia depois de engolir uma faca de cozinha...


Tenho saudades daqueles tempos. Hoje estamos nos afogando em notícias e não notícias. Não conseguimos mais nos afastar dos nossos celulares, que funcionam como agências noticiosas em tempo integral. O jornal virou um camaleão digital, que muda de acordo com os últimos acontecimentos, ainda que a sua versão impressa continue sendo a melhor companhia no café da manhã. Não sei se isso está nos tornando melhores ou piores, mas tenho certeza de que estamos todos infinitamente mais estressados, assim como tenho certeza de que esse é um caminho sem volta. Não há mais para onde correr — e, ainda que houvesse, não correríamos. Viramos todos news junkies, viciados em notícias. Cora Rónai/O GloboLeia na íntegra

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Esquizofrenia social

OAB do Rio vai entrar com ação para governo Pezão suspender concursos públicos. Felipe Santa Cruz [presidente da seção Rio da Ordem dos Advogados do Brasil], pretende ajuizar medida contra os concursos que estão abertos no Estado: -Não há sentido fazer concurso público com esse quadro de calamidadeAncelmo Gois/O Globo

Manifestação contra a Odebrecht, na Cidade do Panamá
FOTO El PAÍS/REUTERS
      
A homologação das delações premiadas da empreiteira Odebrecht neste segunda-feira _mas sem a divulgação imediata de seu conteúdo_ iniciou um período de apreensão na gestão Michel Temer (PMDB). O Governo avalia que assim que começar a temporada de vazamentos dos acordos de colaboração com a Justiça, o presidente e seus auxiliares mais próximos avaliarão quais ministros citados no escândalo da Lava Jato terão condições de permanecer no cargo e quais terão de deixar as funções por causa da gravidade das acusações. Nos últimos meses, ao menos quatro deles já foram citados por delatores: Eliseu Padilha (Casa Civil), José Serra (Relações Exteriores), Gilberto Kassab (Cidades) e Moreira Franco (programa de privatizações). Todos negaram qualquer envolvimento em atos ilícitos. Confere lá

Noite Estrelada” de Vincent Van Gogh
A esquizofrenia convertida arte
A três meses da inauguração, 700 operários correm contra o tempo para finalizar as obras do Palácio Tangará. A propriedade de 28.000 m² de área construída, localizada no pedaço mais nobre do bairro do Morumbi, passa a abrigar a partir de maio uma das "pérolas" da Oetker Collection, grupo alemão que agrega alguns dos mais luxuosos hotéis do mundo.
O palacete no estilo neoclássico circundado pelo parque Burle Marx será o nono hotel de uma "coleção" da qual fazem parte o Le Bristol, em Paris, o Lanesborough, em Londres, e o Eden Rock, em St. Barths, no Caribe. O palacete abriga 141 apartamentos, dos quais 59 são suítes. As diárias vão de R$ 1.575 a R$ 38.500, caso da Suíte Royal, com 279 m² e terraço de 250 m² com vista para o parque... Numa categoria abaixo está a Suíte Presidencial, com 214 m² e diária de R$ 29.750. CONFERE LÁ
No mais... O desemprego seguiu em alta no final do ano passado e subiu para 12% no quarto trimestre, segundo dados divulgados nesta terça-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da pesquisa Pnad Contínua. Esse é o maior índice da série histórica do indicador, iniciada em 2012. No ano de 2016, a taxa média de desocupação ficou em 11,5%. No trimestre de outubro a dezembro, o Brasil tinha 12,3 milhões de pessoas desocupadas. O número representa um aumento de 2,7% em relação ao trimestre de julho a setembro e de 36% na comparação com o último trimestre de 2015. Leia na íntegra


Quase dois meses após a assinatura dos acordos, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, homologou as delações premiadas de 77 executivos da Odebrecht. Os depoimentos, mantidos sob sigilo, foram remetidos ainda ontem à Procuradoria-Geral da República (PGR), que dará prosseguimento às próximas etapas da investigação. Ontem, o procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, reuniu-se com Cármen para buscar pessoalmente os documentos, mas evitou tecer comentários sobre a delação. [...]. Os depoimentos de executivos da Odebrecht incriminam tanto atores principais do governo do PT, quanto do governo do presidente Michel Temer e líderes do PMDB no Congresso. CONFERE LÁ

“#ForçaEikeEstamosComVoce” - Deus tem um propósito até nos dias mais difíceis”, Flávia Sampaio, casada com Eike Batista, publicou em uma rede social sobre a prisão do marido. CONFERE LÁ
O promotor André Freitas quer transferir Eike Batista de Bangu 9 para o Ary Franco. Ele disse a O Globo: “Este interno não tem o perfil desta unidade (Bangu 9). Ela é vinculada a milicianos e servidores presos. Ele deveria ficar na Galeria C do Ary Franco, onde estão os presos federais que não têm curso superior. É um presídio com grande incidência de celulares. Quem errou foi quem determinou isso. Não é um presídio ideal, mas não teria qualquer risco”. Antes de ser preso em Bangu 9, Eike Batista passou pelo presídio Ary Franco. Ali, segundo O Globo, "foi recebido aos gritos de 'ladrão!' por quase uma centena de parentes de presos", quase todos ladrões e assassinos. Se Eike Batista realmente pretende delatar, é melhor que continue em Bangu 9 - O Antagonista
Com o intuito de enfrentar a temporada de encarceramento, o empresário Eike Batista anunciou hoje, logo que chegou ao Brasil, o lançamento de uma facção criminosa: “Vamos fazer um IPO na Bolsa de Bangu para promover o nascimento da PCX.”
Os detentos que optarem por aderir ao conglomerado do crime terão que cumprir metas. “Os cortes de cabelo e eventuais implantes deverão ser semelhantes aos meus. Além disso, precisaremos trabalhar com afinco para entrar no ranking das facções mais bem sucedidas da revista Sistema Penal & Violência.”
No final da manhã, Sérgio Cabral anunciou que o consórcio formado pela PCX e Odebrecht venceu a licitação para comandar a carceragem da PF. by iPiauiHerald/Estadão 

“Bolsa americana tem a maior queda desde a eleição de Trump”

Starbucks, Airbnb, Coca-Cola e Google decidiram reagir às polêmicas medidas do presidente americano Donald Trump e partir para o ataque, ao menos na publicidade. De acordo com especialistas, o objetivo de campanhas recentes é evitar uma reação antiamericana, o que poderia afetar os negócios em todo o mundo. Símbolos da economia americana, essas marcas já começaram a sofrer algum tipo de desgaste. É o caso da rede de cafeteria Starbucks, que começou a sofrer boicotes no México, um de seus principais mercados. Por isso, a rede, dizem os especialistas, foi rápida e já criou um programa chamado "Pontes e não muros". Além disso, a rede prometeu contratar os refugiados nos países onde atua nos próximos anos. [...] - Bruno Rosa/oglobo.globo.com/economia

A lua de mel do mercado financeiro americano com a eleição de Donald Trump pode ter chegado ao fim no pregão desta segunda-feira. O índice Dow Jones teve a maior queda desde outubro, antes das eleições americanas, enquanto o S&P 500 sofreu o maior tombo desde dezembro.
O mercado vinha ignorando os riscos de um governo Trump, mas depois da assinatura do decreto que dificulta a entrada de imigrantes no país a ficha parece ter caído. O novo presidente dos EUA tem sido hiperativo e imprevisível desde que assumiu o cargo, há pouco mais de uma semana.
Grandes empresas americanas estão preocupadas com os impactos da restrição aos imigrantes, e o governador do estado de Washington entrou na Justiça contra o governo federal. Trump pode começar a ter problemas de governabilidade, e isso aumenta as incertezas para a economia.
O mau humor externo afetou o índice Ibovespa, que caiu mais de 2%, mas o dólar caiu em relação ao real e fechou em R$ 3,12. Miriam Leitão/O GloboCONFERE LÁ