*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

O mal venceu? O crime compensa?

"Existe ainda uma velha ordem, incrustada na sociedade brasileira, de que tudo continue como está. Porque há alguém que ganha com o modelo que nós temos.
A velha mentalidade de que prender rico é inconstitucional, de que criminalidade do colarinho branco não é grave. E que jurisprudência que oferece o risco de se prender rico deve ser mudada o mais rápido possível.
É claro que há reações. É claro que há ‘operação abafa’. As pessoas não gostam de ser punidas. E, na verdade, o que aconteceu é que esse protesto de enfrentamento da corrupção alcançou pessoas que se consideravam imunes. E consequentemente impunes.
Essas pessoas articulam pra permanecer impunes, para não serem responsabilizadas penalmente, é da natureza humana.
Houve muitos avanços. A fotografia do momento atual parece que o crime compensa e que o mal venceu.
Não é assim. Acho que há uma semente plantada e há uma demanda imensa na sociedade por integridade, por idealismo, por patriotismo. E é essa energia que muda a história"
Luís Roberto Barroso, ministro do STF, nesta sexta-feira (1º) durante aula inaugural de uma universidade do Rio de Janeiro

Inexpressivo politicamente fora de Mato Grosso, o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) foi alçado ao cenário nacional na semana passada como delator do maior esquema de corrupção revelado em seu estado, inclusive com a divulgação de políticos locais escondendo maços de dinheiro em bolsas, mochilas e paletós. Acusado de liderar uma organização criminosa que pode ter saqueado até R$ 1 bilhão dos cofres públicos, ele mesmo é acusado de ajudar a engendrar o ambiente favorável à roubalheira no estado.
Por quatro anos, o ex-governador pôs toda a família para participar do esquema: mulher, filho e irmão. [...]. Se condenado, Silval não cumprirá um dia da pena na prisão. O acordo determina que o ex-governador permaneça em prisão domiciliar e depois tenha a progressão da pena. Para os demais Barbosa, o cumprimento de pena começará no semiaberto – Leia na íntegra
-Enquanto isso Joesley Batista mandou essa: “A colaboração premiada é por lei um direito que o senhor presidente da República tem por dever respeitar. Atacar os colaboradores mostra no mínimo a incapacidade do senhor Michel Temer de oferecer defesa dos crimes que comete. Michel, que se torna ladrão geral da República, envergonha todos nós brasileiros", diz a nota de Joesley.

O “rombo” é mais embaixo - A análise de provas da Operação Lava Jato tem feito o Tribunal de Contas da União (TCU) rever a apuração de prejuízos em obras da Petrobrás.
A corte refez os cálculos de superfaturamento, com base em documentos obtidos em quebras de sigilo de empreiteiras investigadas, e já descobriu desvios até 70% maiores do que os constatados em auditorias antigas.
A reavaliação foi feita em três contratos da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e um do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). As perdas ao erário até agora apontadas nesses casos, em valores atualizados, somam R$ 3,7 bilhões – Leia na íntegra

sábado, 2 de setembro de 2017

Sabadão da corrupção

Nosso país foi sequestrado por um bando de políticos inescrupulosos que reduziram nossas instituições a frangalhos. Em nenhum país do mundo um chefe de governo permaneceria um dia sequer no cargo depois de acusações tão graves quanto aquelas que foram feitas contra Temer. O Brasil entrou numa fase de instabilidade crônica, da qual talvez só saia em 2018Joaquim Barbosa ex-ministro do STF em entrevista ao “Valor Econômico” nesta sexta-feira

Não são os coxinhas ou mortadelas, comunistas ou neoliberais, progressistas ou conservadores, não é o Gilmar ou a Lava-Jato. O inimigo público número um é a corrupção institucionalizada: viramos uma cleptocracia. O TCU comprovou que cerca de 10% dos benefícios da Previdência são fraudados, um prejuízo de R$ 56 bilhões, que faz grande diferença no déficit avassalador que gera a maior parte da dívida da União.

Não é só na Previdência, a sensação é que em qualquer ministério, autarquia ou agência em que for feita uma auditoria rigorosa e uma investigação policial profunda surgirão desvios assombrosos. Parece que o mensalão, o petrolão, a Lava-Jato, o Dnit, a Eletrobras, o BNDES, o Carf, os fundos de pensão das estatais, as incontáveis operações da Polícia Federal são apenas as pontas do iceberg da corrupção institucionalizada que congela o desenvolvimento e a justiça social. Se tornou um modo de vida, uma cultura nefasta que inviabiliza o progresso da sociedade.

Não, a atual obsessão com o combate à corrupção não é mero moralismo udenista, como dizem os réus e investigados para tentar minimizar suas culpas, é o clamor da sociedade por uma ação judiciário-policial-econômica para proteger o dinheiro do contribuinte e dar mais recursos ao Estado, é o dinheiro mesmo que interessa. Não é uma caça às bruxas, é um pragmatismo suprapartidário, por premente necessidade. É o dinheiro que falta para financiar o desenvolvimento econômico e a justiça social.

Por que no Brasil são tão disputados os postos de fiscal de qualquer coisa ? Por que os políticos trocam votos para fazer nomeações? Por que tantos funcionários concursados aderiram a partidos políticos para facilitar promoções? Por que tantas categorias que servem ao Estado aumentam os seus salários, se dão vantagens, e nós pagamos a conta?

Diante da evidência e dimensão dos rombos no patrimônio público, a questão moral é quase secundária, embora seja a causa de todos os prejuízos: a justiça é lenta, e o fundamental agora é recuperar o dinheiro e impedir que mais seja roubado. É o moralismo de resultados. – “Moralismo de resultados” artigo de Nelson Motta/O Globo - Confere lá

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

“Vastos mundos”

Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo
mais vasto é meu coração.
Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.
Versos do “Poema de sete faces” de Drummond

   
Da ficção - O governo teve que praticamente zerar os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para fechar as contas de 2018. Segundo o projeto de Lei Orçamentária (PLOA) do ano que vem, enviado nesta quinta-feira ao Congresso Nacional, os desembolsos com o PAC foram reduzidos em R$ 17,7 bilhões em relação a 2017. Também foi projetada uma redução de R$ 4,7 bilhões em outras despesas.
Segundo o secretário-executivo do Ministério do Planejamento, Esteves Colnago, foi nessas duas rubricas que o governo teve que fazer ajustes para deixar a peça orçamentária compatível com a meta fiscal em vigor, de déficit primário de R$ 129 bilhões. De acordo com o PLOA, o PAC cairá de R$19,689 bilhões para R$ 1,971 bilhão. Confere lá
Do surreal - André Fufuca viveu seu dia de glória. Livre do nervosismo da estreia, o presidente interino da Câmara passou a quarta-feira saboreando elogios dos colegas. Um clima festivo marcou o início da sessão no plenário. Nos microfones, os representantes do povo se revezaram para celebrar o jovem deputado:
"Quero registrar a satisfação de tê-lo na presidência desta Casa. É um orgulho para o Maranhão", empolgou-se Júnior Marreca, do PEN.
"É uma honra para todos nós tê-lo. Será certamente uma grande experiência para Vossa Excelência e para todos nós aqui que o admiramos" reforçou a deputada Conceição Sampaio, do PP.
"Quando vejo provocações com relação ao apelido de Vossa Excelência, lembro-me de grandes brasileiros como Edson Arantes do Nascimento, que é mundialmente conhecido por seu apelido: Pelé” disse o ex-ministro Orlando Silva, do PC do B – Leia mais
Do real - Com aumento de informalidade e contratações nas prefeituras, o desemprego recuou no país. A taxa de desemprego caiu para 12,8% no trimestre encerrado em julho, segundo os dados divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE. Ao todo, o país tem 13,3 milhões de desempregados. No trimestre imediatamente anterior (que inclui os meses de fevereiro, março e abril), a taxa ficou em 13,6%, com um total de 14 milhões sem emprego. O número de julho, no entanto, ainda é maior do que o registrado em igual mês do ano passado, quando estava em 11,6% - Leia na íntegra