*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

quinta-feira, 20 de junho de 2013


“Acho que quem quiser tirar proveito disso já perdeu. Não é um momento político, é social. Quem pensar que vai dirigir essas camadas não vai.”
Fernando Henrique Cardoso, sobre as possíveis explorações políticas das manifestações.

Quanto valem 20 centavos? “Vinte centavos não são vinte centavos. Vinte centavos tornaram-se ao mesmo tempo estopim e símbolo de um movimento tão grávido de possibilidades que foi reprimido a balas de borracha, a bombas de gás lacrimogêneo e também a golpes de caneta. O que começou com o aumento da passagem do ônibus, se alargou, se metamorfoseou e virou um grito coletivo que tomou a Avenida Paulista e ecoou nas ruas do Brasil. O que há de tão ameaçador nestes 20 centavos, a ponto de fazer com que governos da democracia protagonizem cenas da ditadura, é talvez algo que se acreditava morto por aqui: utopia. A notícia perigosa anunciada pelas ruas, a novidade que o Estado tentou esmagar com os cascos dos cavalos da polícia paulista, é que, enfim, estamos vivos”.  Eliane Brum. Leia na íntegra

Quanto valem 30 partidos? “Ninguém mais se sente representado politicamente, assim como nossos supostos representantes não se importam mais em representar ninguém. Há um enorme abismo entre nós e o poder que devia agir em nosso nome, um desinteresse em nos representar. O processo eleitoral não tem nada a ver com a representação que devia ocorrer depois dele. Os eleitos só pensam em continuar eleitos e em proteger a instituição a que pertencem, para que ela exista para sempre, com eles dentro. Os acordos partidários, as manobras de sobrevivência, os interesses pessoais e, às vezes, as vantagens pecuniárias, são fatores hegemônicos na atividade do representante. Outro dia, o ex-presidente Lula disse que às vezes, tenho a impressão de que partido é um negócio... Como podemos nos identificar com eles? Então vamos às ruas para nos representar a nós mesmos, nem sempre sabendo bem para que”. Cacá Diegues. Leia na íntegra

Quanto valem trinta fraudes? “Nós temos partidos de mentirinha. Nós não nos identificamos com os partidos que nos representam no Congresso, a não ser em casos excepcionais. Eu diria que o grosso dos brasileiros não vê consistência ideológica e programática em nenhum dos partidos. E nem pouco seus partidos e os seus líderes partidários têm interesse em ter consistência programática ou ideológica. Querem o poder pelo poder." Joaquim Barbosa Leia na íntegra

Quanto vale o “principio ativo” da ética? “Tipo o Santo Graal; tipo o sentimento da mãe que perdeu o filho em um assalto na porta de casa em troca de um simples celular; tipo o tetragrama YHWH – o impronunciável nome de Deus; tipo o pai que perdeu a filha queimada viva em um consultório dentário; tipo eu te amo; tipo o gozo pelo vandalismo; tipo o vem pra rua; tipo a escalada de banalização da Vida... nada disso pode ser mensurável, nada disso tem um preço. Não custa centavos de dinheiro ou milhões de moedas, pois é um princípio ativo, uma função pré-programada no DNA metafísico das humanas criaturas que dispara nos momentos certos dessa nossa Caminhada e de acordo com a ética de cada um. Cacau Quil

Até agora não pingou um centavo de dinheiro federal, estadual e municipal para ajudar a Jornada Mundial da Juventude. Ancelmo Gois O Globo 14.06

Tem que pingar não! O próprio estatuto do evento, em seu “REGIME DE INSCRIÇÕES E CONTRIBUIÇÕES”, declara: “A principal fonte de financiamento das despesas geradas pela JMJ são as contribuições que os participantes/peregrinos fazem à organização para custear suas próprias despesas. Além disso, as empresas patrocinadoras da JMJ colaboram, com dinheiro em espécie, com esta iniciativa de âmbito mundial, como manifestação de sua responsabilidade social corporativa e, eventualmente, em troca de certa visibilidade nos atos, cartazes e publicações”. Leia na íntegra.

Imagina se para cada evento religioso no Brasil - dito laico - o governo fosse entrar com grana, só o estado da Bahia quebraria os cofres da Nação. Já nos bastam as gastanças das festas com o futebol e a carga tributária nossa de cada dia, pingando em nossos orçamentos domésticos. Quem resolver realizar festas, que arrume dinheiro com seus devotos e compre sua própria pinga.

Nota de rodapé: A roupa que o Papa Francisco vai usar durante a missa na Basílica de Nossa Senhora Aparecida, em São Paulo, no dia 24 de julho, começou a ganhar forma. O tecido foi cortado e os bordados começaram a ser feitos em uma fábrica na região Noroeste do Espírito Santo, nesta quarta-feira (19). Leia

Pelo menos, no que diz respeito a localização da fábrica para confecção da santa roupa, a Igreja está sendo coerente.

Segundo O Estado de São Paulo, numa cruzada para expandir a exposição do trabalho dos parlamentares pelo País, especialmente nos seus Estados, o presidente do Senado, Renan Calheiros  acelerou o ritmo de implantação de veículos oficiais de comunicação da Casa.

Ao custo de mais de R$ 15 milhões somente neste ano, Renan quer montar uma máquina de comunicação com o aumento da presença da TV e da Rádio Senado. Essa operação ocorre no momento em que o presidente alardeia que enxuga custos, com previsão de economia de R$ 316 milhões em dois anos. A previsão é que, com a compra de equipamentos para a instalação de novos canais de televisão em 10 capitais, todos dotados de tecnologia digital, o Senado gaste R$ 12,7 milhões em 2013. A Casa também custeará, por mais de R$ 2,5 milhões até o final do ano, a aquisição de transmissores de rádio em nove Estados. Nos dois casos, o Senado terá de firmar parcerias com órgãos públicos locais para veicular a sua programação. Leia

Em sua crônica “Fora do Ar” – leia – Nelson nos lembra: Sonho de Zé Dirceu e criação de Franklin Martins, abençoada e bancada por Lula (“Vai ser uma BBC”, bravateou), depois de cinco anos de atividade não se pode comentar a qualidade da programação da TV Brasil, porque ninguém a vê. Em abril a audiência média semanal em São Paulo foi de 0,1%, que corresponde a cerca de 600 domicílios. A sua maior audiência na primeira semana foi… o horário eleitoral gratuito: 3 mil residências.

Em um catastrófico exemplo de falta de planejamento, montaram estúdios, contrataram muita gente, compraram programas no Brasil e no exterior, produziram telejornais e programas de entrevistas, mas esqueceram o principal, o básico, o fundamental: som e imagem. A da TV Brasil é tão ruim, tão borrada e indefinida, que ninguém a veria mesmo com a melhor programação do mundo... Outros a ambicionavam como uma rede de televisão a serviço do partido no poder. Cinco anos depois, nem uma coisa nem outra: a TV Brasil está praticamente fora do ar e uma montanha de dinheiro foi pelos ares.

E mais uma vez lá vai o dinheiro, meu, seu nosso, ralo abaixo. Pode ser até que dessa vez melhorem a qualidade da imagem, mas o conteúdo continuará ___________(*), pois é assim que tem sido o conteúdo do Congresso nos últimos tempos... e bota últimos nisso.

(*) Abaixo, algumas dicas do Aurélio, para “borrado”. Escolha o verbo que melhor lhe agradar; com ele preencha a lacuna acima, completando assim a frase do texto. É o Q&M interativo.
1.sujo;
2.enodoado;
3.defecado;
4.cagado.

Eu escolheria a opção 3 ou mesmo a 4, porém, como esse espaço é democrático, longe de mim influenciar essa decisão... e vai que você tenha outros qualificativos melhores.

Qual terráqueos tentando estabelecer contato com marcianos na chegada ao Planeta Vermelho, os governantes brasileiros buscam entendimento com os manifestantes em protestos nos quatro cantos do País: “Levem-nos a seu líder!”

Vão aos poucos descobrindo que, também fora dos palácios de governo e casas legislativas, o povo não tem - nem quer - alguém que o represente. Como poderia ter líder um protesto contra justamente a autoridade dos líderes de tudo-isso-que-aí-está? Liderança virou estigma substantivo de homem público comprometido com o modelo falido da política que se combate nas ruas. A garotada tem verdadeiro horror a líderes!

Vai chegar uma hora que ninguém – afora o Felipão na Seleção e o Luciano Huck no Twitter – vai querer ser líder de nada, nem de banda de rock ou pesquisa de opinião.

Caminhando e cantando e seguindo a canção: O jingle da Fiat para a campanha da Copa das Confederações – “Vem pra rua porque a rua é a maior arquibancada do Brasil” – ganhou na voz inflamada do cantor Falcão, do grupo Rappa, força mobilizadora comparável à do manifesto de Geraldo Vandré em “Para não dizer que não falei de flores” no final dos anos 1960... Já circulam no YouTube vídeos montados com imagens da violência policial da semana passada na Avenida Paulista sobrepostas ao hino involuntário de resistência que o movimento civil pegou emprestado da propaganda na TV... A musiquinha já estava no ar há algum tempo quando deu-se o que nenhum publicitário poderia imaginar: a motivação ufanista do jingle virou trilha sonora da rebeldia.
Vai entender o Brasil, né não? Tutty Vasques

O Q&M foi às ruas buscar o vídeo pra você. Assista-o aqui

Pra não dizer que não falei das louras: Médicos brasileiros procuram voluntários para uma pesquisa sobre benefícios da cerveja ao coração, na prevenção de infarto e aterosclerose. Não será, decerto, por falta de cobaias que a experiência não atingirá seus objetivos. Capaz até de já ter mais inscritos que o Enem! Tutty Vasques

Mas esse mote não é brincadeira não: “Lina Badimón, diretora do Centro de Pesquisa Cardiovascular de Barcelona, veio ao Brasil pela primeira vez para participar do 34º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, onde apresentou o estudo realizado publicado no ano passado sobre os efeitos protetores da cerveja no sistema cardiovascular. O estudo mostrou que o consumo moderado de cerveja é capaz de reduzir a cicatriz no coração provocada por um infarto agudo do miocárdio. Em entrevista ao GLOBO, Lina explicou que até as versões sem álcool causam os benefícios ao coração”. Reproduzimos abaixo um trecho da entrevista:

O GLOBO: A senhora acha que, num futuro próximo, uma vez que se consiga identificar as exatas substâncias da cerveja que causam os benefícios à saúde, ela pode ser transformada em uma pílula, por exemplo?
Lina Badimón: Esta não é uma meta para nosso estudo, mas é algo que pode ser extraído dele. A informação disponível até agora não é lá muito boa. Quando as vitaminas E ou C são ingeridas em comprimidos, elas não têm o mesmo efeito quando se come um alimento rico nestas vitaminas. Há uma discrepância entre ingerir um alimento rico em antioxidantes para ter os efeitos da substância e tomar uma pílula. Vemos então que existe uma transição (entre a composição natural e a forma em pílula) que ainda não sabemos como lidar. Leia na íntegra

Resumindo: continue bebendo sua cervejinha nas embalagens originais, até porque não sei como seria entrar  em uma farmácia – ou seria um posto de saúde? – e pedir um comprimido de chope brahma, bem gelado... e com três dedos de colarinho, conforme estabelece a regra. 

Nota de rodapé: William Bonner virou uma espécie de Fátima Bernardes da Patrícia Poeta! Deixou a colega de bancada do ‘Jornal Nacional’ sozinha na apresentação dos protestos desta segunda-feira em todo o País e foi cobrir a Copa das Confederações em Fortaleza. Tutty Vasques

quarta-feira, 19 de junho de 2013

É um jeito moleque do torcedor brasileiro. Qualquer político que fosse ao estádio e anunciassem o nome seria recebido da mesma forma”.
José Guimarães, líder do PT, sobre as vaias a Dilma no Estádio Mané Garrincha

A vaia recebida no Mané Garrincha, no último sábado, na abertura da Copa das Confederações, não afastará a presidente Dilma Rousseff da final da Copa, no Maracanã, dia 30 de junho. A assessoria do Palácio do Planalto confirmou ontem que ela estará no Rio para acompanhar a decisão. Aliados e integrantes do governo avaliam que Dilma não deveria aceitar eventual convite para discurso ou até mesmo pedir para não aparecer no telão do Maracanã para evitar novas vaias na final da Copa das Confederações. Leia

A manifestação do público no sábado, antes do jogo entre Brasil e Japão, foi avaliada por petistas e assessores como um ato desvinculado de motivações políticas. "É um jeito moleque do torcedor brasileiro. Qualquer político que fosse ao estádio e anunciassem o nome seria recebido da mesma forma", resumiu o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE). Fonte: Estadão

Existem varias maneiras de interpretar a realidade. Esses “exercícios” vão de simples pontos de vistas divergentes, mas como regra geral, sadios e de certa forma necessários para que se consolidem consensos e se formem opiniões, até as formas psicopatológicas como síndromes do tipo autismo, bipolaridade etc ou mesmo outras mais graves como, por exemplo, as esquizofrenias. Mas fique tranquilo, pois José Guimarães não se enquadra em nenhuma destas patologias, ele, é mesmo um cínico por natureza e puxa saco por profissão.

As manifestações de cerca de 250 mil pessoas na segunda-feira (17), nas principais cidades brasileiras foram manchetes na imprensa internacional:
O jornal espanhol El País estampa: “O descontentamento no Brasil provoca o maior protesto em décadas”.
O francês Le Monde fala de “uma maré de manifestantes no Brasil; cenas de caos no Rio”.
A rede britânica BBC informou “Violência no Rio, atos pacíficos em São Paulo e tentativas de subir no prédio do Congresso, em Brasília”.
O jornal americano The New York Times fala de milhares de manifestantes nas ruas brasileiras, contra o alto custo de vida e os gastos com os estádios de futebol.
O jornal britânico The Guardian diz: “Uma espiral de alto custo de vida e serviços precários provocaram a onda de protestos no Brasil”.
O italiano Corriere Della Sera destacou: “Confrontos e feridos no Rio de Janeiro, em protestos contra os gastos da Copa do Mundo”.
A edição em inglês da rede árabe Al Jazeera estampa a insatisfação pública com os preços do transporte público e os gastos para a Copa.

Mesmo por molecagem, mobilizar duzentos e cinquenta mil pessoas, em um país deste tamanho e ser notícia na imprensa mundial, não é bolinho não. 

Cartaz que circula pelo território livre da internet
Crianças estudam em escola provisória há mais de 20 anos na cidade de SP. A cidade de São Paulo era administrada pela prefeita Luiza Erundina (1989-1992) quando a Escola Municipal Professora Thereza Maciel de Paula foi inaugurada provisoriamente no Jardim Santo André, na zona leste. Mais de 20 anos depois, as paredes de madeira, salas mal ventiladas e o pátio apertado continuam abrigando de modo precário 800 alunos do 1.º ao 5.º ano. "Não tem espaço para respirar, como alguém vai aprender?", pergunta Gilzete de Jesus, mãe de Sabrina, de 10 anos, matriculada no colégio. Leia

O ensino no Brasil, de uma maneira geral, está improvisado desde quando se deu o golpe militar de 64. De lá pra cá, nada é definitivo, tudo é planejado no provisório e flexionado no futuro do gerúndio.

Exigimos escolas, hospital e segurança no padrão Fifa - Os estádios de futebol brasileiros estão agora no "padrão Fifa", o que demandou investimento imenso e obsceno de verba pública. O esplendor dessas arenas esportivas, que emergiram perante os olhos de milhares de brasileiros, contrasta com o estado de penúria das nossas escolas, hospitais, estradas, transporte público, redes de esgoto, presídios, sistema de segurança pública, condições de moradia de milhares pobresTrecho da petição on-line, lançada no site Change.org da ONG Rio de Paz, conforme publicado na coluna do Ancelmo, hoje (18), na qual pede o apoio da sociedade a um movimento de cobrança das autoridades pela mesmo empenho que os governantes tiveram para construir arenas para a Copa das Confederações. Leia na íntegra

Nota de Rodapé: Por causa do jogo inaugural da Copa das Confederações, nunca o aeroporto de Brasília viu tanta gente num sábado, numa cidade onde tem autoridade - e não somente político - que chega de seus estados numa terça-feira, para trabalhar, e retorna na quinta. A única atendente que trabalhava numa lanchonete no Terminal 2 explicou assim a fila em forma de caracol à sua frente: Normalmente nós não abrimos aos sábados. Hoje fizemos um plantão, mas nem todos vieram trabalhar. Ancelmo Gois, O Globo

O Movimento Passe Livre [MPL], sustenta que o transporte público deve ser gratuito. É maluquice, mas o MPL do andar de cima, sustentado pela Viúva, existe e vai bem, obrigado. Num cálculo paternal, há hoje pelo menos 15 mil maganos que não pagam transporte e têm motorista. Os governos simplesmente não sabem o tamanho de suas frotas.

Cada hierarca justifica a necessidade de ter carro e motorista. O que nenhum deles explica é por que na Corte Suprema dos Estados Unidos só o presidente do tribunal usufrui desse mimo. Quando Lawrence Summers era o principal assessor econômico do companheiro Obama, queixou-se de que não tinha carro oficial. Continuou queixando-se, até ir embora. Elio Gaspari, para O Globo.

Segundo o menino Haddad as passagens de ônibus no Brasil tem a seguinte composição: o empresário, dono do ônibus, entra com 10%, o governo subsidia com 20% e o usuário cobre a diferença, isto é desembolsa 70%. Isso em uma “sociedade comercial” significaria que o usuário é o sócio majoritário e, portanto, tem a palavra final. Por isso a turma resolveu colocar as cartas na mesa ou melhor, suas “ações” na rua, até porque o governo subsidia em 100% o transporte de 15 mil magnos, segundo nos informa Elio Gaspari.

Mas o menino tá com medo, e ontem, foi procurar seus padrinhos: A presidente Dilma Rousseff e seu padrinho político, Luiz Inácio Lula da Silva, montaram uma "operação de salvamento" do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, alvo de nova onda de protestos, na noite de terça-feira, 18. O prefeito encontrou-se ontem com Dilma e Lula, na Base Aérea de Congonhas, depois de uma reunião com representantes do Movimento Passe Livre, na qual se comprometeu a estudar a revisão da tarifa. Leia, mas repara uma coisa: Dilma e Lula só se encontram em aeroportos, parecem personagens das histórias de Dan Brown. Aliás, aproveitando a deixa, se não leu, leia o “Inferno”. Vale! 

Pra não dizer que não falei das flores: O mercado de produtores de maconha nos Estados Unidos está em franco crescimento. Já são 18 estados, além do distrito de Columbia, a aprovarem o uso e a produção de maconha para fins medicinais. Colorado e Washington liberaram até o uso recreativo. A regulamentação dão grande impulso à indústria de produção: hoje, entre 2 mil e 4 mil pessoas produzem a erva para o comércio legal. “Nós éramos os bandidos” - disse ao jornal “Wall Street Journal” Elliot Klug, o diretor do Pink House Blooms, responsável por uma operação de produção e venda de maconha que envolve cerca de 70 pessoas e só libera o produto para quem tem prescrição médica. “Agora, continuamos sendo os bandidos, mas pagamos impostos”.

De acordo com a publicação “Medical Marijuana Business Daily”, do novo setor, as vendas no ano passado geraram cerca de US$ 1,2 bilhão. Não é fácil, no entanto, fazer dinheiro com o negócio, reclamam os produtores. A cultura da maconha tem algumas peculiaridades: exige colheita uma vez por semana, só dá em locais abrigados e os produtores ainda testam, entre erros e acertos, como entregar o produto dentro das normas estabelecidas. Leia

Starbucks da marijuana - "Esse negócio vai criar mais milionários do que criou a Microsoft", afirma Jamen Shively, um ex-gerente da Microsoft que trabalhou na área de estratégias industriais da gigante de softwares entre 2003 e 2009. Baseado em estudos sobre o tamanho do mercado mundial, Shively está lançando uma nova empresa que pretende tornar-se tão grande quanto a sua ex-empregadora. A diferença é que ao invés de trabalhar com informática, ela vai atuar no comércio de maconha.

O empreendedor pretende arrecadar US$ 100 milhões com o lançamento de ações da nova companhia, conforme anunciou para uma plateia de jornalistas e potenciais investidores em Seattle, na sexta-feira, 31. O dinheiro será usado para comprar terras nos estados onde é permitido plantar e comercializar a erva, seja para fins terapêuticos e recreativos. E também para abrir uma rede que pretende ser a “Starbucks da marijuana”. Nos Estados Unidos, 18 Estados já aprovaram o uso da maconha para fins médicos. Em Colorado e Washington, a planta também está liberada para “entretenimento”. Leia

Falta definir o que vem a ser maconha para “entretenimento”, pois como tempero já foi aprovada: “O pecuarista William von Schneidau diz ter a receita para se obter carne de porco de melhor qualidade. Ele mistura maconha à ração que ele dá aos suínos do seu rancho. William garante que assim a carne fica mais saborosa. Ele vende carne de porco em uma feira de Seattle (Washington, EUA). De acordo com o americano, a maconha adiciona fibra à dieta dos porcos, deixando a carne deliciosaLeia

terça-feira, 18 de junho de 2013

 “A grande novidade nas festas juninas deste ano deve ser o casamento gay na roça. As quadrilhas vão continuar do mesmo jeito!”
Tutty Vasques

Navios da Marinha brasileira
aguardando ordens para invadir São Paulo, pelo rio Tietê 
O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) disse nesta quinta-feira (13) que o governo federal está "à disposição" para cooperar "no que for necessário" com o governo de São Paulo na contenção da série de protestos dos últimos dias na capital paulista. O governo federal está à disposição para aquilo que for necessário e for solicitado pelo governo do Estado de São Paulo ou por qualquer governo que acredite que nós possamos lutar nessa área, disse Cardozo. Leia

Mas as autoridades de segurança pública de São Paulo reiteraram que a Polícia Militar está capacitada a lidar com protestos, qualificando de desnecessária a ajuda oferecida pelo ministro da Justiça. Se pra dar porrada eles não precisam de ajuda.

Ainda bem que as tais autoridades de segurança pública de São Paulo não aceitaram a ajuda. Que tipo de apoio o governo federal daria numa hora dessas? Um esquadrão de tanques do exército, para interditar a Paulista? Uma esquadrilha de caças F-5EM da FAB, para pulverizar gás de pimenta sobre São Paulo? Os manifestantes agradecem a Cardozo, mas se é pra levar porrada, a PM paulista já faz isso muito bem e não precisa de ajuda. 

Momento em que o representante da CBF
recebe, da Fifa, o “Código de Conduta”.
Quem comprou ingresso para a Copa das Confederações “concorda e reconhece que leu, entendeu, aceitou e observará o Código de Conduta no Estádio”, uma espécie de bula da Fifa para você torcer com segurança, sem riscos de efeitos colaterais desagradáveis. O livreto de 22 páginas com letrinhas de contrato de garantia ao consumidor nos ensina a viver sem xingamentos, manifestações de racismo ou hostilidades de qualquer tipo, cada um no seu quadrado, razoavelmente sóbrios e sempre solícitos às abordagens de identificação ou revista pessoal.

O combinado é NÃO atirar objetos, iniciar incêndios, fazer muito barulho ou xixi na tábua, fumar, subir na marquise, invadir o campo, “utilizar bandeiras para qualquer outro fim que não seja amigável”… Em resumo, fica terminantemente proibido “incomodar ou prejudicar qualquer pessoa de qualquer maneira”! Se der certo na Copa das Confederações, bem que se podia tentar algo parecido na Avenida Paulista, né? Tutty Vasques

Não é melhor ficar em casa e assistir tudo pela televisão; poder fazer xixi na tábua; fumar o cigarrinho que você quiser; subir no sofá; gritar a vontade; invadir a cozinha atrás de um tira gosto e pendurar a bandeira na janela do seu apartamento e até botar fogo nela se assim o desejar.  Só não entendi o “fazer muito barulho”!? Mas este manual tem outra falha. Aliás uma grande falha. Em média são umas 50 mil pessoas por arena nos dias de jogo. Como nas arenas a bebida tá liberada geral, o Brasil perdendo ou ganhando a Copa, vai ficar difícil encontrar consenso nessa turma em reconhecer que “leu, entendeu, aceitou e observará o Código de Conduta no Estádio”.

O Flamengo concluiu esta semana a desocupação do prédio do Morro da Viúva, que será transformado num hotel cinco estrelas, de Eike Batista, até 2016. Foram 14 meses de negociações.
O advogado do Fla, Armando Miceli, conta que a última moradora a aceitar sair foi uma senhorinha de uns 90 anos, que há 50 morava ali.
Ancelmo Gois para O Globo

Só não entendi o seguinte: O grupo EBX, do empresário Eike Batista, colocou à venda o Hotel Glória, no Rio de Janeiro. O tradicional hotel foi adquirido em 2008 por R$ 80 milhões. Em 2010, o grupo iniciou reformas no hotel, rebatizado de Glória Palace, e o integrou à REX, braço imobiliário da EBX. Oficialmente, desde o início do ano o grupo procurava um parceiro para operar o Glória. Como não fechou negócio, optou por colocar o hotel à venda. Procurada, a EBX informou que "está em adiantada negociação com a bandeira hoteleira que entrará como sócia e deverá realizar adaptações no projeto do Gloria Palace". Leia

São empreendimentos vapt vupt? Ou é só vapt? Mas fica a pergunta: Você compraria um hotel cinco estrelas da REX? E com duas estrelas? Nem um cachorro?... A coleira da Luma? A Luma?... Tá certo, nem eu... Se bem que quando falei na Luma teve gente que se agitou na cadeira.  

Ilustração extraída do Facebook “Sou Designer”
O que distingue a época em que eu corria dos PMs montados a cavalo nas ruas centrais do Recife, desta quando escrevo sobre os jovens vítimas da violência da PM de São Paulo, é que há 45 anos vivíamos sob o tacão da ditadura militar inaugurada em  março de 1964 e só concluída formalmente em março de 1985. De resto, agora como antes, o que os jovens tentam fazer é somente política. E nada mais. [...]. Ainda é assim. Talvez ainda seja assim por muito tempo. Talvez esteja deixando de ser assim. É cedo para saber. E, no entanto...

No período de apenas uma semana, alguns milhares de jovens marcharam pelas ruas de uma dezena de cidades protestando contra o aumento das passagens de ônibus, os milionários gastos públicos com a Copa do Mundo, e o Estatuto do Nascituro.

Foram recepcionados com bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta, balas de borracha e policiais furiosos capazes de baixar o cacete em quem apenas a tudo assistia assustado. Pouco importa que os jovens disparem suas exigências em todas as direções sem  priorizar nenhuma, que careçam de líderes amadurecidos, e que acolham em seu meio uma minoria de baderneiros e de vândalos.
Desde quando foi diferente no passado? Somente a experiência ensina. E não há porque imaginar que os jovens de hoje não aprenderão.

Por mais legítimo que seja, o poder existe para ser contestado. Se não for pode virar tirania.
A natureza do poder é conservadora.
A natureza da rebeldia é destrutiva.

O progresso social e humanístico é filho legítimo do eterno confronto entre a rebeldia e o poder.
Que assim seja! Ricardo Noblat - Leia na íntegra.

No inferno os lugares mais quentes são reservados
àqueles que escolheram a neutralidade em tempo de crise.
Dante Alighieri – O Inferno, A Divina Comédia.