*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

segunda-feira, 5 de novembro de 2012


“País afora, o Brasil Sem Miséria é alvo de fraudes comandadas por pessoas que deveriam zelar pela boa execução do programa — mas se transformaram em exploradores da miséria e não se constrangem em ludibriar os que estão no extremo da pobreza, para quem falta até comida [...].”

Cena 1 - REDENÇÃO (PA) E RIO - “Não queria luxo, não. Só sair do aluguel. Aluguel vence muito ligeiro”, diz Maria do Socorro Ribeiro, de 31 anos, inscrita no programa Minha Casa Minha Vida, no município de Redenção, no Pará, e não contemplada com uma das 500 casas entregues em 29 de março deste ano. Socorro vive com os filhos de 9 e 14 anos e o marido, servente de pedreiro que luta contra um glaucoma que já cegou um olho. Com problema crônico nos rins, ela deve mais de R$ 500 de aluguel e só não foi despejada porque a proprietária do imóvel tem “pena de botar para fora”. O Bolsa Família de R$ 134 por mês é o que sustenta os quatro. E a pouca comida chega à mesa graças às cinco galinhas que cria. Para saber mais, clique aqui.

Cena 2 - GUARABIRA (PB) E PORTO NACIONAL (TO) - Billy é um gato de sorte. Ganhou sobrenome e entrou no cadastro do Bolsa Família. O dono do bichano, Eurico Siqueira da Rosa, era o coordenador do programa na cidade de Antônio João (MS) — e incluir o nome do gato da família é uma das fraudes pelas quais ele responde em duas ações na Justiça Federal. É um exemplo das irregularidades contra o Bolsa Família no país, que incluem ainda o caso de um dono de Land Rover na Paraíba inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal. Leia na íntegra.

Isso, é o que vem a tona. Sabe lá o que se esconde, preso à lama, nas profundezas desse lago tenebroso, contaminado pelos dejetos que emanam das mentes doentias dessas “pessoas que deveriam zelar pela boa execução do programa”. Um Brasil Sem Miséria? Tomara que sim, mas urge um Brasil Com Caráter. 

BRASÍLIA - Acordo entre os líderes da base governista enterrou de vez nesta quarta-feira, 31, os trabalhos da CPI do Cachoeira, que serão concluídos até o fim deste ano. A estratégia dos aliados do Planalto é evitar novas investigações das ramificações do esquema do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com a empreiteira Delta. A oposição acusa os governistas de promoverem uma "vergonhosa pizza" e uma "farsa" com o fim da CPI. estadão.com.br

Comentar o que? Aproveitaram a proximidade do dia de Finados?! Leia, a seguir, trechos da entrevista de Huguette Labelle, presidente da organização não governamental Transparência Internacional, que estará em Brasília, a partir de quarta feira, no comando da 15ª Conferência Internacional Anticorrupção que, direta ou indiretamente, tem muito a ver com o desfecho desta CPI:

Frequentemente se vê que pessoas poderosas ou eleitas não são punidas, quando há muita evidência de que algo estava errado. Nesses casos, cai a confiança da população em suas lideranças e no governo. Afinal, o que se pensa nessas horas é: se elas podem se corromper, roubar dinheiro, então eu também posso. Quando cidadãos comuns veem os ricos e poderosos sendo tratados pela lei como todo mundo, é uma mensagem forte. É uma mensagem de que não importa quem você seja, a lei se aplica a todos da mesma forma

“Quando alguém rouba grandes volumes de dinheiro público e, por causa disso, o governo tem menos capacidade de prestar serviços de Educação, Saúde e Infraestrutura, isso é um crime muito severo e deve ser punido com multa e prisão. Se alguém rouba um carro velho e, por isso, vai para a cadeia, enquanto alguém que tenha sido ministro rouba dezenas de milhões de dólares e pode escapar pagando multa, sem ir para a cadeia, aí você vê a assimetria, a injustiça”. Leia a entrevista na íntegra.

E por falar em finados: “O feriado de finados começou bastante animado nas praias de Santos, no litoral de São Paulo. Por volta das 6h30, uma garota, acompanhada de dois rapazes, resolveu tirar toda a roupa e dançar ao ar livre para quem quisesse ver” (veja o vídeo). E era Finados, imagina essa turma no Carnaval.  

Há dois anos, quando uma enchente devastou áreas do Estado do Rio, a Federação Brasileira dos Bancos, a Febraban, avisou aos clientes cujas contas venciam naqueles dias que “os bancos estão impedidos de adiar pagamentos”. Portanto, cobrariam juros de mora à patuleia que não conseguisse chegar às agências ou quitar suas dívidas nos canais de atendimento remoto disponíveis. No dia seguinte, corrigiu-se, mas fez questão de lembrar que fizera o certo. Quem já tivesse pago com multa deveria se virar, negociando com o credor. Na semana passada, os clientes do Citibank americano receberam uma mensagem intitulada “Estamos aqui para ajudar”, informando o seguinte:
1) Elevara em US$ 5 mil o limite de crédito de todos os fregueses.
2) Devolveria as taxas resultantes de saques feitos em caixas eletrônicos da rede avulsa.
3) Suspendera a cobrança de taxas resultantes de cobranças de atrasos relacionadas com seus produtos.

Os bancos brasileiros esconderam-se sob o guarda-chuva da Febraban e, durante 24 horas, associaram-se a uma iniquidade. O Citi americano foi à luta, defendendo seus clientes e sua marca. Elio Gaspari, O Globo

Ser ou não ser, eis a questão: será mais nobre em nosso espírito sofrer pedras e flechas com que a Fortuna, enfurecida, nos alveja? Ou insurgir-nos contra um mar de provações e em luta pôr-lhes fim? Morrer... dormir: manter meu banco ou mudar de país?... CDantas em petulante parceria com William Shakespeare.