*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

segunda-feira, 6 de maio de 2013


“Se o Congresso Nacional cumprir com sua função e o Supremo cumprir sua função, nós ficaremos em paz. O importante é cada macaco no seu galho”
Lula, sobre os embates entre legislativo e judiciário.

Para o ex-presidente Lula, a crise do mensalão foi um “tropeço”, mas, ainda assim, depois de dez anos no poder, o PT se divide nos dias de hoje entre o “PT da base” e o “PT eleitoreiro”. O primeiro guarda as mesmas características desde os anos 1980, é “exigente e solidário”. Já o segundo precisa se reinventar para que a política não fique “mais pervertida do que já foi em qualquer outro momento”, e para que o partido seja capaz de estabelecer alianças e coalizões sem precisar “estabelecer uma relação promíscua”. [...] “Às vezes tenho a impressão que partido político é um negócio, quando, na verdade, deveria ser um item extremamente importante para a sociedade”, admite Lula no depoimento a Pablo Gentili e ao cientista político Emir Sader. Leia

Esse papo de macaco songamonga do Lula está no livro “10 anos de governos pós-neoliberais no Brasil: Lula e Dilma”, que será lançado pela Boitempo Editorial no dia 13 deste mês. Pelo menos pode-se concluir que: se para Lula, “a crise do mensalão foi um tropeço”, então ele reconhece que existiu um “mensalão”!? Demonstrando a tese: para tropeçar, há de haver um “sujeito” que torne real o deslize, pois o tropeço, por si só, não existe, até o momento em que um “agente” o materialize no mundo real. CQD. É simples assim, que nem uma teoria quântica. Alguém ainda lembra o que vem a ser um “cqd”?

A partir de 2016, o governo pretende licitar sete canais de TV digital em vários municípios do país, incluindo Rio e São Paulo. Embora especialistas considerem estes canais de "segunda categoria", porque não permitem que as transmissões sejam recebidas pelo celular, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, acredita que haverá grande interesse comercial das empresas. A proposta do Ministério das Comunicações que está sendo levada à presidente Dilma Rousseff é concluir o desligamento da TV analógica em todo o país em 2018. Paulo Bernardo contou que havia feito uma proposta inicial de fechar o cronograma em 2020, mas a Casa Civil foi contra e achou que era "um horizonte muito longo". “A Casa Civil acha que tem que ter um programa com começo, meio e fim”, segundo Bernardo - leia

Faltou lembrar, que o ministro das Comunicações, na intimidade, chama a Casa Civil de “Minha querida”. Por falar na senhora Bernardo, ela andou dando umas declarações interessantes - pelo menos não passionais - sobre internação involuntária de dependentes químicos. Reproduzo, abaixo, parte desta entrevista:

A senhora entende que o viés religioso das entidades não é um problema? Seria um recurso a mais na terapia?
-Nem todas as comunidades são religiosas e muitas professam fés diferenciadas. Há comunidades ligadas à Igreja Católica, a igrejas evangélicas, espíritas. Ser religiosa não pode ser visto como um impeditivo. Vivemos num país religioso, a grande maioria da população professa uma fé. O Estado é laico, não pode optar por nenhuma fé, mas isso não significa que ele tenha de desrespeitar a opção das pessoas. Temos de respeitar: se a pessoa foi de forma voluntária a uma comunidade e acha que está fazendo bem a ela, se essa comunidade está seguindo as regras do edital, não cabe ao Estado fazer tutela.
Na Cúpula das Américas na Colômbia, em 2012, a presidente Dilma se comprometeu com a discussão de cenários da legislação de drogas. A senhora é favorável ou contrária à descriminalização do uso de drogas?
-Sou contrária à descriminalização das drogas. Às vezes pode parecer dar resultado, se formos analisar em relação ao tráfico. Já vi muitos argumentos dizendo que enfraqueceria o tráfico. Mas necessariamente não enfraquece o impacto na vida das pessoas. Legalizar uma droga não quer dizer que minora o problema. Pode ser uma solução simplista. Hoje, uma das drogas mais motivadoras de violência no trânsito, em casa, contra as mulheres e crianças é o álcool. Temos de fazer campanhas periódicas falando do problema do álcool no trânsito.
Mas o álcool é uma droga legalizada. O que mais se discute em relação a drogas como a maconha é descriminalizar o uso e continuar a penalizar a venda, o tráfico.
-A nossa legislação já prevê a diferenciação. O ministro José Eduardo Cardozo recebeu os autores do projeto e foi bastante firme em dizer a proposição do governo. Não aceitamos elevar a pena. Temos de ter foco no traficante. Leia na íntegra

“A nossa legislação já prevê a diferenciação”. Será? A Faculdade de Medicina da USP tem outro foco sobre essa ideia de droga legal ou “socialmente aceita”: ”O crescente consumo de bebidas alcoólicas entre os jovens e a constatação de que o uso do álcool é o principal fator de risco para a carga de doenças que atinge os brasileiros justificam o primeiro dossiê da Revista USP deste ano. Especialistas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e da Faculdade de Saúde Pública, discutem o alcoolismo, tema de interesse que exige não só a reflexão da sociedade brasileira, mas o desenvolvimento de projetos e ações para conter o seu consumo abusivo e prejudicial. “O tema alcoolismo exige uma profunda reflexão sobre o estado atual da vida socioeconômica, cultural e de saúde”, observa o editor da Revista USP, jornalista Francisco Costa. O Trabalho foi publicado em Fevereiro de 2013. Leia na íntegra

UMA NOTA - O prédio da Lidador, na Rua Assembleia 65, será demolido para a construção de um edifício de 17 andares que se chamará Torre Lidador. A operação imobiliária foi feita pela Sergio Castro Imóveis. A loja, um ícone carioca, não desaparecerá. Tomará todo o térreo do futuro prédio, conservando sua "cara antiga" Temporariamente, a Lidador ficará na Rua da Carioca, onde funciona o bar Flora, do mesmo grupo. Joaquim F. dos Santos – O Globo (28.04)

Não é bolinho não! O estabelecimento “de bebidas e comestíveis finos”, instalou-se na Rua da Assembléia, 65, em 1924, isto é, há 89 anos. Criou um padrão de referência e qualidade em produtos nacionais e importados, que desde o início, tornou-se “extremamente chic e de bom gosto visitar e comprar no Lidador”. O endereço virou também ponto obrigatório para políticos, empresários e personalidades da vida brasileira, que iam com frequencia ao finíssimo barzinho da casa, "um marco da vida social", que existe até hoje. Foram frequentadores assíduos: os presidentes Dutra e Juscelino Kubitscheck, Salgado Filho, Assis Chateaubriand, Flexa Ribeiro, Oscar Bloch, Octávio de Souza Dantas e Carlos Lacerda. Cada um deles, entre centenas e centenas de outros tantos, não menos importantes, colaborou para consolidar o nome Lidador na história da cidade.

A notícia, afirma ainda que: A loja, um ícone carioca, não desaparecerá. Tomará todo o térreo do futuro prédio, conservando sua “cara antiga". Não creio. Nem mesmo Ivo Pitanguy poderá realizar uma façanha desse porte. Alguém disse e sei lá quando e aonde: “O cristal, depois que se quebra, jamais terá o mesmo valor que possuía antes”.