“Mal voltou de férias dos Estados Unidos, o
juiz federal Sergio Moro retomou sua rotina de encarcerar figurões brasileiros
e movimentou novamente o noticiário político e policial brasileiro. Em apenas
uma canetada ele atingiu a “joia da coroa” das empreiteiras brasileiras, a
Odebrecht, e pode ter aproximado os investigadores do alto escalão político e
do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 52 páginas, o magistrado de
Curitiba mandou prender 12 pessoas, entre elas o presidente da construtora,
Marcelo Odebrecht, e seu diretor de relações institucionais, Alexandrino
Alencar”
Os
12 presos na 14ª fase Operação Lava Jato foram levados ao Instituto
Médico-Legal de Curitiba, na manhã deste sábado (20), para fazer o exame de
corpo de delito. O procedimento é de praxe sempre que alguém é preso pela
polícia. Eles saíram da carceragem da Polícia Federal por volta das 9h30 e
seguiram para o IML, chegando ao local perto das 10h. Do total de presos,
quatro estão em caráter temporário e os demais em caráter preventivo.CONFIRA
#OPINIÃOQ&Mè Tentando
imaginar o que passa na cabeça de um Marcelo Odebrecht, presidente da Odebrecht
e/ou Otávio Marques de Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez - e demais
figurões - num momento desses, simulo uma situação oposta: Acordo, tomo café,
entro na internet pra conferir o resultado da MegaSena e descubro que ganhei,
sozinho, sei lá quanto milhões de Reai$... o tempo decorrido, até a ficha cair,
deve ser idêntico ao desses caras, quando acordam com a PF do lado das suas
camas, né não? Tipo: branco total antes do enfarto. Claro que passados estes
intermináveis minutos as duas situações tomam rumos opostos.
lNão é bolinho não! Não sei e acho que poucos sabem o
que vai rolar daqui pra frente, mas pelo menos um “fato” é coisa certa: de uma
maneira geral, é bom repetir, de uma maneira geral, essa trindade “polícia
federal + sérgio moro + ministério público” – e não necessariamente nesta ordem
- nunca havia sido operada no Brasil com tanta sincronia, eficiência e
eficácia, pelo menos nessa era dita “democrática”.
lLá na frente, depois que amainarem-se os “estragos”
deste tsunami, fruto dos choques provocados pela energia liberada no
deslocamento dos movimentos das placas éticas da sociedade brasileira,
provavelmente o eixo da moral desta sociedade nunca mais será mais o mesmo,
pois estará deslocado em algum lugar fora da curva consciencial de cada um de
nós, sobre a realidade do que é ser um “cidadão”... para o bem ou para o mal.
lTenho certeza que o mote “Gosto de levar vantagem em tudo, certo?” a famosa e infeliz “lei de
Gerson”, não será mais referência para o brasileiro... pelo menos,
conscienciosamente. E assim espero que seja, senão é adotar o famigerado lema
que em tempos idos e tenebrosos rezava: “O último que sair apaga a luz do
aeroporto”, mas não acredito nisso, pois sempre teremos condição de manter essa
luz acessa, nem que para isso seja preciso “fechar o aeroporto”.
lMas esse mesmo povo - como dizia o “falecido” Tutty:
ô raça – há de ficar esperto e de olhos e ouvidos bem abertos pra não se deixar
engabelar pelo discurso do PT de que toda essa operação, pra desmantelar a
quadrilha que atuava na Petrobras e periferia, é obra do governo Dilma.
Portanto, minha gente, como dizia o grande “pensador árabe” Ibrahim Sued: Olho vivo, que cavalo não desce escada.
A
prisão de dois dos principais executivos do país, o presidente da Odebrecht,
Marcelo Odebrecht, e o da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, ganhou
destaque na imprensa internacional. Publicações como os americanos The Wall
Street Journal e The New York Times, o britânico Financial Times, o francês Le
Monde, o espanhol El País e o argentino Clarín, entre outros, repercutiram as
detenções, feitas na manhã de sexta-feira.
lO jornal The Wall Street Journal chamou os executivos
de "magnatas" brasileiros acusados de corrupção e lavagem de
dinheiro.
lO New York Times e britânico Financial Times, chamou
atenção para o nome dado a esta fase da operação - Erga Omnes, "para
todos" em latim -, que, de acordo com a polícia, indica um esforço para
acabar com a cultura de impunidade entre as classes mais ricas do país.
lO WSJ disse que, apesar dos efeitos negativos, o
escândalo revelado pela operação Lava Jato fez com que "polícia e órgãos
judiciais emergissem como instituições independentes em uma nação onde ricos e
poderosos escaparam de punições por muito tempo."
lO britânico Financial Times destacou a fala do policial
federal Igor Romário de Paula, que disse que o nome da operação tem o objetivo
de passar uma mensagem de que a lei se aplica a todos, independentemente de sua
"posição social, poder de influência ou poder econômico". Leia na íntegra
Documentos
divulgados pela Justiça Federal do Paraná na última sexta-feira mostram que o
ex-presidente da OAS, José Aldemário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, e
executivos da empresa tratavam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo
apelido de Brahma. E-mails trocados entre o ex-presidente da empresa e César
Uzeda, então diretor-superintendente da OAS Internacional, tratavam de viagens
e palestras de Lula no exterior. Segundo a Polícia Federal, Brahma era Lula.
“Nosso Amigo Brahma
pode fazer uma palestra no dia 26/11. Quem poderíamos convidar? Não quer um
público gde (20 a 30) pessoas, tipo mesa redonda. Tema: relação Brasil-Chile”,
diz Pinheiro.
Lula esteve em Santiago por dois dias e fez palestras.
Segundo a PF, ele viajou em avião oferecido pela empreiteira. Numa mensagem,
Uzeda compara Lula à presidente Dilma Rousseff:
“A agenda nem de longe
produz os efeitos anteriores do governo Brahma (...) a senhora não leva jeito,
discurso fraco, confuso e desarticulado, falta carisma.” CONFIRA.
Nota de
rodapé: O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, descartou neste
sábado, 20, ao Grupo Estado qualquer preocupação do governo de que as
investigações da Lava Jato cheguem ao Palácio do Planalto ou ao ex-presidente
Lula. "De forma nenhuma, não existe
essa hipótese... Isso é indiscutível, é uma pessoa absolutamente idônea",
afirmou o ministro sobre a presidente Dilma... Ele também saiu em defesa de
Lula. "Enquanto presidente, líder,
Lula sempre teve uma posição de respeito à lei e à probidade administrativa."
CONFIRA
No mais: A defesa do presidente da construtora Odebrecht,
Marcelo Odebrecht, pediu hoje (19/6) à Polícia Federal (PF) a entrega de uma
dieta equilibrada na carceragem da PF. O executivo foi preso hoje, em São
Paulo, durante a 14ª fase da Operação Lava Jato, e será transferido para a
Superintendência da PF em Curitiba. De acordo com a defesa, Marcelo é portador
de hipoglicemia e não pode ficar longos períodos sem alimentação. A informação
consta em um ofício enviado aos delegados e ao juiz federal. CONFIRA
(1) Esta postagem, publicada na segunda-feira
22, foi acidentalmente excluída, mas para não perdermos o histórico do Q&M, recuperamos e a republicamos hoje.