*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Não é papel de economista acadêmico ou de governo imaginar qual o ramo vai ser bem-sucedido no Brasil. Esse é papel para empresários
José Alencar Scheinkman, para O Globo.

O petróleo é nosso? – A Petrobras vendeu diversos ativos totalizando US$ 2,1 bilhões, incluindo a participação em um bloco da Bacia de Campos... disse a empresa nesta sexta-feira (16). Segundo o anúncio, a estatal passará para a chinesa Sinochem fatia de 35% do bloco BC-10, conhecido como Parque das Conchas, na Bacia de Campos, por US$ 1,54 bilhão. O bloco da Bacia de Campos tem como sócios a Shell, operadora com 50% de participação, e a ONGC, com 15%, que têm direito de preferência com prazo de 30 dias após a notificação. Leia

Não entendo de política de petróleo, mas a gente ainda sabe fazer conta, principalmente de somar: No BC-10 50% que já eram da Shell + 15%, que também já pertenciam a ONGC e agora + 35% vendidos a chinesa Sinochem, perfazem 100%. Portanto o bloco BC-10, conhecido como Parque das Conchas deixa de ser nosso. Com isso passamos a ter empresas estrangeiras explorando 100% do nosso petróleo. Não sei se já existem outras situações semelhantes; não sei se foi um bom negócio; não sei se a Petrobrás está quebrada, mas dá pra saber que em 10 anos o PT desmantelou uma das nossas maiores empresas brasileiras. Assim como o Banco do Brasil a Petrobras é um ícone brasileiro conhecida no mundo inteiro. Será que em breve teremos que retornar às ruas com a campanha de 1950 “O Petróleo é nosso”?... mas como já disse nada entendo das políticas de petróleo.

Então, fala quem entende: “Petróleo não é nosso - Adriano Pires, o consultor da área de petróleo, acha que não faz sentido a Petrobras vender aos chineses campos de petróleo, como os 35% que detinha no Parque das Conchas, além da metade de sua participação na produção do combustível na África para o BTG: Enquanto vende ativos valiosos comprometendo o futuro, os preços da gasolina e do diesel continuam 30% abaixo do mercado internacional, gerando perdas de R$ 700 milhões mensais para a estatal”. Ancelmo Gois/O Globo

Nota de rodapé: "O petróleo é nosso!" é uma frase que se tornou famosa ao ser pronunciada, por ocasião da descoberta de reservas de petróleo na Bahia, pelo então presidente da república Getúlio Vargas e que, mais adiante, se tornou lema da Campanha do Petróleo, patrocinada pelo Centro de Estudos e Defesa do Petróleo e promovida por nacionalistas, que culminou na criação da empresa petrolífera nacional, a Petrobras. Entre a primeira concessão para exploração de petróleo no Brasil e a criação da Petrobras, em 1953, decorreram 89 anos. O país assistiu à polêmica entre o escritor Monteiro Lobato e o governo Getúlio Vargas - resumida na famosa Carta a Getúlio. O Brasil dividiu-se, então, entre os nacionalistas e os defensores do capital estrangeiro (apelidados pejorativamente de entreguistas por seus opositores). A Campanha do Petróleo resultou vitoriosa, com a criação da Petrobras. Leia mais

Em 2007, o Equador descobriu que, debaixo da exuberante floresta do Parque Nacional de Yasuní, na Amazônia Equatoria, existia uma quantidade gigantesca de petróleo - mais de 800 milhões de barris. As autoridades ambientais do país logo perceberam que esse petróleo colocaria em risco toda a floresta, e o presidente Rafael Correa fez uma proposta à Assembleia Geral da ONU: o país se comprometeria a não explorar o óleo se a comunidade internacional ajudasse a financiar a floresta em pé. O plano, considerado como uma das iniciativas mais inovadoras do governo do Equador na área ambiental, durou seis anos. Nesta quinta-feira (15), o mesmo Rafael Correa falou em rede nacional de TV que a proposta estava encerrada. Correa assinou um decreto executivo acabando com a iniciativa, e autorizou as petroleiras a iniciar obras nas próximas semanas em Yasuní. Leia
... e como diria Justo Veríssimo, “Eu quero é que o mundo se exploda!”

Rir é o melhor remédio: “Bullying político no mais elevado grau”. Foi com esta frase que Eduardo Paes resumiu o que Sérgio Cabral sofre hoje vivendo no Rio. “Não aconteceu nada para que esta reviravolta se desse. Trata-se de movimento político”, atesta o prefeito carioca, que passou por São Paulo para fazer palestra, ontem, para sócios do Lide, a pedido de João Doria. Sonia Racy/Estadão


Capa do disco Clube da Esquina
O ex-choro da ex-Dilminha - Dilma Rousseff ganhará um capítulo no livro “O outro lado do sonho”, que o compositor Márcio Borges, 67 anos, um dos fundadores do famoso Clube da Esquina, movimento musical mineiro nos anos 1970, está escrevendo. É que “Dilminha”, como era chamada na época, foi sua colega em colégio estadual de Belo Horizonte, quando os dois participavam do movimento estudantil. Márcio conta no livro que Dilma escutou em primeira mão a canção “Vera Cruz” (“hoje foi que a perdi, mas onde já nem sei”), parceria dele com Milton Nascimento, em 1966: “Ela chorou ao ouvi-la”. Ancelmo Gois/O Globo

Passados 47 anos, Dilminha, que hoje é Dilma, a presidenta-presidente, parece que se perdeu novamente das terras de Vera Cruz... mas já não chora mais e nem sei se escuta Milton.
Ah, quisera esquecer a moça que se foi
De nossa Vera Cruz e o pranto que ficou
Do norte que sonhei, das coisas do lugar...

Nota musical de rodapé: Comecinho dos anos 70. Milton Nascimento, que alguns anos antes havia saído de Três Pontas e se estabelecido em Belo Horizonte, já tinha um certo reconhecimento. Havia sido gravado por Elis Regina (a maior cantora na época) e suas músicas faziam sucesso em Festivais Nacionais de música. A canção Travessia havia conquistado o 2 lugar no II Festival Internacional da Canção. Era um músico e cantor respeitado.

Quando ele chegou na sua gravadora (EMI-Odeon) dizendo que queria gravar um disco duplo em parceria com um rapaz desconhecido de apenas 20 anos (Lô Borges) e mais um monte de músicos (talentosos, porém também desconhecidos) a gravadora recusou. Ele era um artista conceituado. Fazer um álbum em parceria com músicos desconhecidos? E ainda por cima um álbum duplo? Era muito arriscado. Mas Milton bateu o pé. Se eles não aceitassem, iria para outra gravadora. A gravadora aceitou e no ano de 72 gravaram um dos discos mais importantes da história da música brasileira, o Clube da Esquina. Disco que inclusive consta no livro americano “1001 discos para ouvir antes de morrer” do co-fundador da Revista Rolling Stone Robert Dimery.

O nome Clube da Esquina (batizado por Marcio Borges) foi dado para aqueles rapazes que se encontravam na esquina das ruas Divinópolis e Paraisópolis, no bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte, para tocar violão. Quando esses rapazes e mais alguns - Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Marcio Borges, Toninho Horta, Wagner Tiso, Tavito, Nelson Ângelo, Ronaldo Bastos, Fernando Brant, entre outros - se reuniram conseguiram criar um dos álbuns mais influentes da música brasileira com suas músicas sendo regravadas até hoje por artistas nacionais e internacionais.

Isso não é mais um clube é uma academia e não se restringe mais a uma esquina em Belo Horizonte e faz parte de todo território musical brasileiro. Uma verdadeira Academia da Música.

Notinha da Nota musical de rodapé: Ao contrário do que muitos acreditam a foto da capa não é do álbum de fotos dos “meninos” Milton e Lô, mas sim de Cacau e Tonho, dois meninos fotografados em uma estradinha de terra nas proximidades de Nova Friburgo, região serrana do Rio de Janeiro, próximo de onde moravam os pais adotivos de Milton Nascimento. 

Um cartum pra encerrar a semana

Cena carioca - O pessoal acampado próximo à casa de Sérgio Cabral, no Leblon, foi comprar 16 pizzas na Pizzaria Guanabara. Na hora de pagar, o gerente não quis receber com um argumento estrepitoso: Eu só quero que, se houver quebra-quebra, vocês se lembrem que somos parceiros. Ancelmo Gois/O Globo