“Nós somos o primeiro partido
clandestino criado em plena democracia!”
- Marina Silva
A pesquisa do Ibope divulgada ontem [26], pelo jornal Estado de S. Paulo,
tem uma má notícia para os políticos: a rejeição dos eleitores continua alta,
sendo que até o momento cerca de 30% deles não sabem em quem votar ou estão
dispostos a votar em branco ou anular o voto.
O fenômeno do aumento da abstenção e dos votos brancos e nulos já aparecera na eleição municipal de 2012, mas foi mascarado com uma explicação técnica: teria sido provocado pelo recadastramento de eleitores feito pelo TSE, retirando da lista os que mudaram de cidade ou já morreram. Merval Pereira/O Globo
Um juiz da Nona Corte de Apelações de Nevada (EUA)
decidiu que as cédulas eleitorais do estado terão a opção "nenhum dos
canditados acima". A decisão rejeitou um pedido do Partido Republicano
para retirar a opção. "A decisão é um triunfo para os eleitores de Nevada.
Os eleitores que desejarem manifestar sua insatisfação com candidatos federais
e estaduais devem ter uma opção e a liberdade para fazer isso", disse o
democrata Ross Miller, secretário de Estado de Nevada, de acordo com a agência
Associated Press. O estado só salientou que "nenhum dos canditados
acima" não será declarado vencedor mesmo que obtenha a maioria dos votos. Leia
Gênio! Atualmente na urna
eletrônica brasileira as opções são:
Botão Confirma, que serve para "confirmar" o voto.
Botão Corrige, para realizar uma nova votação, caso você erre o voto.
Botão Branco, para votar em branco.
Um boletim informativo da Escola Judiciária Eleitoral
esclarece a diferença entre votos nulos e brancos: voto branco é aquele que não pode ser contado porque não
foi endereçado a nenhum candidato ou legenda, apesar da urna eletrônica contar
com uma tecla que registra o voto em branco. O mesmo acontece com o voto nulo. Portanto os
votos brancos e nulos, não interfere no resultado final das eleições porque não
fazem parte dos cálculos eleitorais.
Resumindo eles não existe oficialmente, portanto não se computa a insatisfação
do pateta, Ops!, do eleitor. Fonte
de pesquisa portal TSE
Embora votos nulos/brancos, não afetem o resultado de
uma eleição, que pelo menos sejam computados para que se tenha a noção real da
Eleição. O ideal mesmo seria acabar com a obrigação do voto e ponto final. É
democracia ou não? Não precisa responder. Sobre o assunto, eleições livres, leia
matéria do Nelson Motta - aqui.
Nota de rodapé: “O
STF definiu que quem sai leva o tempo de TV e o fundo. É um balcão de negócios:
‘tu me dás aqui’, ‘eu te dou ali’, ‘tenho dois minutos e tenho tantos mil’, e
não sei mais o quê” - Pedro
Simon Senador (PMDB-RS), sobre a criação de partidos
Céu de brigadeiro: Assediado pelo Planalto para apoiar a reeleição da
presidente Dilma Rousseff, o recém-criado partido Solidariedade elencou até um
morto para reforçar as assinaturas que permitiram a criação da legenda. E
recrutou - apenas na taquigrafia do Senado - nove servidores que identificaram
seus nomes em listas de assinaturas, sem terem assinado.
O consultor da Câmara Magno Mello vai ajuizar hoje
ação popular contestando assinaturas de quase 600 servidores do Legislativo,
que teriam sido fraudadas nas listas de apoio à criação do partido do deputado
Paulinho da Força (SP). O Sindilegis é apenas um dos 1.650 sindicatos
controlados pela Força Sindical, comandada por Paulinho.
O jornal "Correio Braziliense" revelou que
uma das fichas de apoio do Solidariedade é "assinada" pelo
ex-servidor do Senado José Washington Chaves. Detalhe: ele morreu aos 82 anos,
em 5 de agosto de 2006, e o Solidariedade só começou a recolher firmas em
novembro de 2011. A ficha estaria registrada no Cartório Eleitoral da 14ª Zona,
na Asa Norte de Brasília. “Fiquei
indignada, nossa família tomou um choque. Essa atitude é absurda e de um
partido em que você não pode confiar de antemão. Qualquer postura desse
partido, no futuro, a população tem de desconfiar, porque com certeza tem
alguma mutretagem. Vamos tomar todas as medidas jurídicas cabíveis” — disse
ao GLOBO a filha de José Chaves, Iolanda Chaves, que também é servidora do Senado.
“L AN” - Leia a matéria na íntegra em O
Globo.com
Essa situação já vem sendo denunciada faz tempo, e que
mais impressiona é que o TSE, até hoje, não moveu uma palha pra averiguar nada.
Ao desabafo de Iolanda Chaves ”Qualquer
postura desse partido, no futuro, a população tem de desconfiar, porque com
certeza tem alguma mutretagem” podemos acrescentar: Qualquer decisão do
TSE, no futuro, a população tem de desconfiar, porque com certeza pode haver
alguma mutretagem.
Nota
de rodapé do futuro: O ministro do Tribunal Superior Eleitoral,
Gilmar Mendes, rejeitou nesta sexta-feira (4/10) Mandado de Segurança
do PDT contra a criação do Solidariedade, por não conseguir demonstrar as
ilegalidades apontadas. De acordo com o ministro, caberia aos pedetistas a
“demonstração incontroversa dos fatos alegados e das provas, de forma
pré-constituída, para a caracterização do direito líquido e certo”. Leia
Inferno de quindim: Os dez
pecados capitais - Aliados de Marina Silva não culpam a Justiça Eleitoral nem a
lei pela decisão do TSE. E, fazem uma lista dos 10 erros:
1. A formação da Rede começou muito tarde;
2. Confiar demais na mobilização das redes sociais;
3. Ineficiência dos 12 mil voluntários (75 assinaturas
per capita);
4. Marina foi personalista;
5. Falta de abertura para sugestões e críticas;
6. Desprezo pelos problemas locais
de políticos potencialmente aliados;
7. Limitação às adesões de políticos tradicionais;
8. Marina fez pouco trabalho braçal em busca de
assinaturas;
9. Ela se “encastelou” em debates filosóficos;
10. Filtrar por conta própria as assinaturas
coletadas, ao invés de mandar todas.
Ilimar Franco/O Globo
Claro que entre Marina Silva e Dilma do Silva, existe
uma cratera ideológica sem fundo, e mesmo, como admitiu o deputado Arnaldo
Jardim (PPS-SP), “Marina (Silva) ficando fora do processo, seria deixar a
presidente Dilma a meio passo da vitória”, pelo perfil acima, traçado por seus
próprios aliados, fica no ar um que de “sei não?”; é como dizia minha vó, Da.
Elizabeth, a primeira e única – pelo menos por parte de mãe: “Meu filho, antes
que chegue o dia em que tenhas que decidir entre ficar e correr, desfaça-se deste
bicho e acabe de vez com esta angustia que te consome”. Resumindo: Vote nulo,
porra!
Mas antes de encerrar esta prosa, é bom não esquecer que: “A face mais visível do
protestantismo na política brasileira é a conservadora bancada evangélica no
Congresso, que ataca, custe o que custar, a descriminalização do aborto e a
legalização do casamento gay. Marina Silva é evangélica da Assembleia de Deus, ligada
ao catolicismo popular. As bases evangélicas que se aproximaram dela são
conversadoras. Há uma certa pressão por verem nela a chance de o Brasil ter um
presidente evangélico”... e, finalmente, a “marca da besta” que tira o sono do do PT: segundo o último
censo do IBGE - em 2010 - eles eram 42,3 milhões, ou 22,2% dos brasileiros, ou seja
- segundo Marcos 5.9 – uma Legião!
“Enquanto não tivermos uma legislação eleitoral e
partidária que dê autonomia aos partidos políticos, a nação, cada vez mais
descrente e indignada, assistirá, sempre às vésperas das eleições, a essa
ciganice vadia e nômade do entra e sai nesses ajuntamentos que tudo podem ser,
menos partidos políticos”. Jorge
bastos Moreno/O Globo lembrando Ulysses Guimarães sobre o troca-troca de
partidos, na década de 80.
Falando em explicações: Cadê
Cacau? - Outro dia me perguntaram onde
anda a Cacau. É verdade, devo uma explicação pelo seu sumiço. Minha amiga - e sócia
honoraria deste blog - desde o começo deste ano resolveu arejar a cabeça. Juntou
o útil ao agradável e mandou-se pra fora do Brasil com mala, cuia e uma bolsa
de estudo para fazer uma pós sei lá de que. Da última vez que me mandou notícia
estava na Turquia. Na época disse-me que voltaria, mas não tinha a mínima ideia
de quando, pois falta-lhe o principal, “vontade de viver por aqui”. Cacau tem aparentados
na Turquia. É uma história cumprida, que eu até já quis contar, mas ela não
autorizou. Ela promete que eventualmente mandará matéria pro blog, mas “sem
compromisso”. Vamos aguardar. E é só... mas eu devia essas explicações.