*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

“Nós somos o primeiro partido clandestino criado em plena democracia!” - Marina Silva

A pesquisa do Ibope divulgada ontem [26], pelo jornal Estado de S. Paulo, tem uma má notícia para os políticos: a rejeição dos eleitores continua alta, sendo que até o momento cerca de 30% deles não sabem em quem votar ou estão dispostos a votar em branco ou anular o voto.

O fenômeno do aumento da abstenção e dos votos brancos e nulos já aparecera na eleição municipal de 2012, mas foi mascarado com uma explicação técnica: teria sido provocado pelo recadastramento de eleitores feito pelo TSE, retirando da lista os que mudaram de cidade ou já morreram. Merval Pereira/O Globo

Um juiz da Nona Corte de Apelações de Nevada (EUA) decidiu que as cédulas eleitorais do estado terão a opção "nenhum dos canditados acima". A decisão rejeitou um pedido do Partido Republicano para retirar a opção. "A decisão é um triunfo para os eleitores de Nevada. Os eleitores que desejarem manifestar sua insatisfação com candidatos federais e estaduais devem ter uma opção e a liberdade para fazer isso", disse o democrata Ross Miller, secretário de Estado de Nevada, de acordo com a agência Associated Press. O estado só salientou que "nenhum dos canditados acima" não será declarado vencedor mesmo que obtenha a maioria dos votos. Leia

Gênio! Atualmente na urna eletrônica brasileira as opções são:
Botão Confirma, que serve para "confirmar" o voto.
Botão Corrige, para realizar uma nova votação, caso você erre o voto.
Botão Branco, para votar em branco.

Um boletim informativo da Escola Judiciária Eleitoral esclarece a diferença entre votos nulos e brancos: voto branco é aquele que não pode ser contado porque não foi endereçado a nenhum candidato ou legenda, apesar da urna eletrônica contar com uma tecla que registra o voto em branco. O mesmo acontece com o voto nulo. Portanto os votos brancos e nulos, não interfere no resultado final das eleições porque não fazem parte dos cálculos eleitorais. Resumindo eles não existe oficialmente, portanto não se computa a insatisfação do pateta, Ops!, do eleitor. Fonte de pesquisa portal TSE

Embora votos nulos/brancos, não afetem o resultado de uma eleição, que pelo menos sejam computados para que se tenha a noção real da Eleição. O ideal mesmo seria acabar com a obrigação do voto e ponto final. É democracia ou não? Não precisa responder. Sobre o assunto, eleições livres, leia matéria do Nelson Motta - aqui.

Nota de rodapé: “O STF definiu que quem sai leva o tempo de TV e o fundo. É um balcão de negócios: ‘tu me dás aqui’, ‘eu te dou ali’, ‘tenho dois minutos e tenho tantos mil’, e não sei mais o quê” - Pedro Simon Senador (PMDB-RS), sobre a criação de partidos

Céu de brigadeiro: Assediado pelo Planalto para apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff, o recém-criado partido Solidariedade elencou até um morto para reforçar as assinaturas que permitiram a criação da legenda. E recrutou - apenas na taquigrafia do Senado - nove servidores que identificaram seus nomes em listas de assinaturas, sem terem assinado.

O consultor da Câmara Magno Mello vai ajuizar hoje ação popular contestando assinaturas de quase 600 servidores do Legislativo, que teriam sido fraudadas nas listas de apoio à criação do partido do deputado Paulinho da Força (SP). O Sindilegis é apenas um dos 1.650 sindicatos controlados pela Força Sindical, comandada por Paulinho.

O jornal "Correio Braziliense" revelou que uma das fichas de apoio do Solidariedade é "assinada" pelo ex-servidor do Senado José Washington Chaves. Detalhe: ele morreu aos 82 anos, em 5 de agosto de 2006, e o Solidariedade só começou a recolher firmas em novembro de 2011. A ficha estaria registrada no Cartório Eleitoral da 14ª Zona, na Asa Norte de Brasília. “Fiquei indignada, nossa família tomou um choque. Essa atitude é absurda e de um partido em que você não pode confiar de antemão. Qualquer postura desse partido, no futuro, a população tem de desconfiar, porque com certeza tem alguma mutretagem. Vamos tomar todas as medidas jurídicas cabíveis” — disse ao GLOBO a filha de José Chaves, Iolanda Chaves, que também é servidora do Senado. L AN” - Leia a matéria na íntegra em O Globo.com

Essa situação já vem sendo denunciada faz tempo, e que mais impressiona é que o TSE, até hoje, não moveu uma palha pra averiguar nada. Ao desabafo de Iolanda Chaves ”Qualquer postura desse partido, no futuro, a população tem de desconfiar, porque com certeza tem alguma mutretagem” podemos acrescentar: Qualquer decisão do TSE, no futuro, a população tem de desconfiar, porque com certeza pode haver alguma mutretagem.

Nota de rodapé do futuro: O ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes, rejeitou nesta sexta-feira (4/10) Mandado de Segurança do PDT contra a criação do Solidariedade, por não conseguir demonstrar as ilegalidades apontadas. De acordo com o ministro, caberia aos pedetistas a “demonstração incontroversa dos fatos alegados e das provas, de forma pré-constituída, para a caracterização do direito líquido e certo”. Leia

Inferno de quindim: Os dez pecados capitais - Aliados de Marina Silva não culpam a Justiça Eleitoral nem a lei pela decisão do TSE. E, fazem uma lista dos 10 erros:
1. A formação da Rede começou muito tarde;
2. Confiar demais na mobilização das redes sociais;
3. Ineficiência dos 12 mil voluntários (75 assinaturas per capita);
4. Marina foi personalista;
5. Falta de abertura para sugestões e críticas;
6. Desprezo pelos problemas locais de políticos potencialmente aliados;
7. Limitação às adesões de políticos tradicionais;
8. Marina fez pouco trabalho braçal em busca de assinaturas;
9. Ela se “encastelou” em debates filosóficos;
10. Filtrar por conta própria as assinaturas coletadas, ao invés de mandar todas.
Ilimar Franco/O Globo

Claro que entre Marina Silva e Dilma do Silva, existe uma cratera ideológica sem fundo, e mesmo, como admitiu o deputado Arnaldo Jardim  (PPS-SP), “Marina (Silva) ficando fora do processo, seria deixar a presidente Dilma a meio passo da vitória”, pelo perfil acima, traçado por seus próprios aliados, fica no ar um que de “sei não?”; é como dizia minha vó, Da. Elizabeth, a primeira e única – pelo menos por parte de mãe: “Meu filho, antes que chegue o dia em que tenhas que decidir entre ficar e correr, desfaça-se deste bicho e acabe de vez com esta angustia que te consome”. Resumindo: Vote nulo, porra!

Mas antes de encerrar esta prosa, é bom não esquecer que: “A face mais visível do protestantismo na política brasileira é a conservadora bancada evangélica no Congresso, que ataca, custe o que custar, a descriminalização do aborto e a legalização do casamento gay. Marina Silva é evangélica da Assembleia de Deus, ligada ao catolicismo popular. As bases evangélicas que se aproximaram dela são conversadoras. Há uma certa pressão por verem nela a chance de o Brasil ter um presidente evangélico”... e, finalmente, a “marca da besta” que tira o sono do do PT: segundo o último censo do IBGE - em 2010 - eles eram 42,3 milhões, ou 22,2% dos brasileiros, ou seja - segundo Marcos 5.9 – uma Legião! 



“Enquanto não tivermos uma legislação eleitoral e partidária que dê autonomia aos partidos políticos, a nação, cada vez mais descrente e indignada, assistirá, sempre às vésperas das eleições, a essa ciganice vadia e nômade do entra e sai nesses ajuntamentos que tudo podem ser, menos partidos políticos”. Jorge bastos Moreno/O Globo lembrando Ulysses Guimarães sobre o troca-troca de partidos, na década de 80.



Falando em explicações: Cadê Cacau? - Outro dia me perguntaram onde anda a Cacau. É verdade, devo uma explicação pelo seu sumiço. Minha amiga - e sócia honoraria deste blog - desde o começo deste ano resolveu arejar a cabeça. Juntou o útil ao agradável e mandou-se pra fora do Brasil com mala, cuia e uma bolsa de estudo para fazer uma pós sei lá de que. Da última vez que me mandou notícia estava na Turquia. Na época disse-me que voltaria, mas não tinha a mínima ideia de quando, pois falta-lhe o principal, “vontade de viver por aqui”. Cacau tem aparentados na Turquia. É uma história cumprida, que eu até já quis contar, mas ela não autorizou. Ela promete que eventualmente mandará matéria pro blog, mas “sem compromisso”. Vamos aguardar. E é só... mas eu devia essas explicações.