PCC movimenta mais de 100 milhões de reais nos EUA e
na China
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Quase
seis meses depois de fazer uma das maiores operações contra a facção criminosa
PCC, o Primeiro Comando da Capital, a polícia de São Paulo descobriu que as
ramificações financeiras do grupo vão além da América do Sul. No fim do ano
passado, Os investigadores da Polícia Civil e do Ministério Público apuraram
que a organização tem movimentado contas em bancos dos Estados Unidos e da
China. É a primeira vez que recursos do grupo estariam fora do território
sul-americano. Até então, a polícia apurava se havia elo com outras quadrilhas
internacionais, mas cada uma atuando em seu próprio país.
Em uma primeira análise, a polícia constatou que, no período
de um ano, cerca de 100 milhões de reais saíram de contas de empresas fantasmas
para comprar drogas e armas que tiveram como destino os pontos de venda de
droga, as chamadas bocas de fumo, de vários municípios paulistas. O valor deve
ser ainda maior, já que os policiais agora aguardam a quebra de sigilo de ao
menos dez contas que estariam em nome de laranjas do PCC.
Um dos responsáveis por movimentar as contas americanas,
segundo a apuração, seria Wilson José Lima de Oliveira, o Neno. Até julho do
ano passado ele estava vivendo em Orlando. Agora, está foragido. O nome da
conexão chinesa do PCC não foi divulgado. Uma das casas
de câmbio investigadas era dirigida por doleiro que já foi detido em operações
que envolviam políticos do PT e do PSDB.
As descobertas sobre a ramificação intercontinental
aconteceram depois da apreensão de comprovantes bancários que estavam com
Amarildo Ribeiro da Silva, que era o responsável pela compra da droga. Com
esses dados, os policiais chegaram a duas casas de câmbio paulistanas e, na
sequência, às empresas de fachadas que foram usadas para abrir as contas no
exterior.
Uma das casas de câmbio, conforme os policiais paulistas,
era dirigida por um doleiro que já foi detido em duas operações da Polícia
Federal que envolviam políticos tanto do PT quanto do PSDB. “Sabemos que é
difícil comprovar, mas estamos investigando uma relação entre o PCC e
políticos. Ainda não temos nomes”, disse um dos investigadores. No ano passado, o
então deputado estadual do PT, Luiz
Moura, chegou a ser expulso do partido por suspeita de ter relações com a
facção... CONFIRA