Nove das 82 perguntas enviadas pela Polícia Federal ao
presidente Michel Temer, na semana passada, que tratavam sobre seu
relacionamento com empresas que operam no Porto de Santos, fazem referência a
uma investigação iniciada por ela há mais de 15 anos, mas que terminou sendo
arquivada pelo Supremo Tribunal Federal a pedido da Procuradoria-Geral da
República.
No início dos anos 2000, a PF instaurou inquérito para
apurar a ocorrência de supostos pagamentos de propinas ao então presidente da
Câmara, Michel Temer, e ao presidente da Companhia de Docas de São Paulo
(Codesp) na ocasião, Marcelo de Azeredo. O processo, na parte que investigava a
prática do crime de corrupção supostamente praticado por Temer, foi arquivado em
2011.
“Se o inquérito
tivesse seguido adiante, nós já poderíamos estar vivendo um outro capítulo da
nossa história política. Muito do que a Lava Jato está desvendando hoje já
estava insinuado na investigação que fiz” - afirmou Cássio Nogueira, delegado
da Polícia Federal responsável pelo caso - Leia
na íntegra
A mais importante sessão já feita pelo TSE – a que analisou a ação
que propôs a cassação da chapa Dilma-Temer – deverá entrar para a História,
como previsto pelos ministros da corte. Afinal, a impugnação de uma chapa
vencedora de uma eleição muito disputada, polarizada, cujos resultados até hoje
não foram totalmente resolvidos, e que acabou levando o País a uma crise
política profunda e ainda sem saída, é uma coisa rara.
A decisão do TSE
entrará para a história porque os ministros conseguiram a proeza de concluir
que os fatos apurados pela própria corte foram “gravíssimos”, “que ocorreram
crimes graves”, “que tudo precisa ser apurado e os responsáveis, punidos”, mas
se negaram, eles, a aplicar a punibilidade.
Fizeram o que
fez Pôncio Pilatos, citado pelo ministro Napoleão Nunes Maia, ao dar seu voto
contrário à cassação da chapa, e lavaram as mãos. Disseram que o ministro
Sérgio Moro, a quem qualificaram de “muito sério”, já está cuidando da punição.
Napoleão, que
disse considerar Pilatos um sábio, um poliglota, um nobre casado como uma
parente do imperador romano Tibério Cesar, chegou a comparar o presidente do
TSE ao personagem bíblico que tanta importância teve no julgamento de Cristo.
Gilmar não disse se gostou da comparação.
Pode-se concluir que a fala de Napoleão não
fez justiça ao ministro. Ele não costuma lavar as mãos. Ele tem lado. E o
assume – do
artigo “Data venia, Pátria amada” de João Domingos/Estadão - Leia
na íntegra
Nenhum comentário:
Postar um comentário