"Olho vivo, que cavalo não desce escada!"
Ibrahim
Sued jornalista, crítico e colunista social, lá pela década
de 90
Pressionada a fazer uma reforma na equipe para
garantir a governabilidade, a presidente Dilma Rousseff avisou ao PT e ao PMDB
que não entregará ministérios com "porteira fechada" a nenhum partido
da base aliada e disse não ter pressa para mudanças na equipe. "Se forem essas as concessões, não vou fazer.
Podem tirar o cavalinho da chuva", disse Dilma durante reunião com 22
deputados da bancada do PT. Leia
É impressionante, embora já fosse hora de não me abalar
mais com tais descasos. Mas mesmo assim fica o inconformismo, em saber, que o objeto
de cada Ministério, sua eficácia e eficiência são coisas colocadas em segundo
plano. Eles, em verdade, são grandes pacotes de moedas de troca, nesse mercado
paralelo e decrépito que corre solto por baixo dos panos da República, dita
democrática. Mas isso deve acabar em breve, pois a ABCC – Associação Brasileira
de Criadores de Cavalos Crioulos, a ABPSL - Associação Brasileira de Criadores
do Cavalo Puro Sangue Lusitano, a ABCR – Associação Brasiliense do Cavalo de
Rédeas, estão movendo uma ação de “Reparação por Danos Morais e Materiais”, junto
ao MP, pra que o Legislativo retire, imediatamente, o pequeno équus dessa intempérie política.
Nota de rodapé: Os
Estados Unidos governam o mundo com cerca de 15 minitérios. A gente tem 39.
Será que precisamos de tantos? Ruy Quintans, professor de finanças e economia do
Ibemec.
Me permita, o Quintans, um pitaco nessa prosa: ... e
com 39, mais que o dobro dos Estados Unidos, a turma não consegue administrar
nem um partido... imagina então um país? Um mundo? Bem, só se for no mundo dos
conchavos, tramados nas baias, entres as apostas das poules, dos placês, duplas
e azarões nos grande prêmios
disputados pelo turfe político brasileiro.
Para os que acreditam que beleza é fundamental, o
mundo seria muito melhor se a maioria das pessoas fosse ao menos mais parecida
com a modelo Gisele Bündchen ou com o ator Brad Pitt, por exemplo. Tratamentos
de beleza à parte, já existe tecnologia para dar uma ajuda aos que querem
conviver com pessoas mais bonitas. Pesquisadores do Instituto de Tecnologia da
Califórnia constataram que os voluntários que sofreram estimulação elétrica no
cérebro passaram a achar as outras pessoas mais atraentes, de acordo com estudo
publicado recentemente na revista “Translational Psychiatry”. Os cientistas
observaram 99 pessoas que participaram de 15 minutos de “estimulação
transcraniana por corrente contínua”. São eletrodos colocados de maneira não
invasiva no couro cabeludo que dão choques controlados. Leia
Mesmo preso a uma cadeira elétrica e sofrendo descargas
de 2.000 volts, a cada quinze minutos, eu não me renderia a aceitar certas
“caras e bocas”. Fico com o poetinha: “As
muito feias que me perdoem, mas beleza é fundamental. É preciso que haja
qualquer coisa de flor em tudo isso... Não há meio-termo possível”*. Pensando
melhor, se pudesse escolher, em vez de cadeira elétrica, optaria pela guilhotina...
para as muito feias é claro - *Trecho
da poesia “Receita de mulher” de Vinícius de Moraes.
Surdos ao barulho do quebra-quebra e dos protestos nas
ruas de Fortaleza e outras cidades do Ceará, o governador Cid Gomes e seu vice,
Domingos Filho, entregaram o comando do governo ao presidente da Assembleia
Legislativa, cruzaram o oceano rumo a distantes paragens. O tour começou dia 25
e vai durar 20 dias. Em 2007, Cid se envolveu num escândalo ao fretar por R$
388 mil, com recursos públicos, um jatinho para viajar de férias para a Europa,
com a família. Na ocasião, ele disse que não fez nada irregular. Já a assessora
do vice Domingos Filho, Silvia Gois, não soube explicar qual a sua agenda no
exterior. Questionada se a viagem tinha caráter particular ou oficial, ela
disse que as duas coisas: “É um mix de
viagem particular e oficial”, informando que não poderia detalhar a agenda.
Leia
É uma agenda tipo pizza: meio cínica, meio corrupta.
Cerca de 81% dos brasileiros consideram os partidos
“corruptos ou muito corruptos”, segundo pesquisa Ibope divulgada ontem pela
Transparência Internacional. Isso quer dizer que quatro de cada cinco pessoas
põem em xeque a base da representação política no País. Os números do
levantamento concluído em março traduzem uma insatisfação que ficou explícita
três meses depois, com a série de manifestações que se alastraram pelas cidades
brasileiras. A mesma pesquisa – feita em 2010 pela Transparência Internacional
– mostra que, no Brasil, a situação se agravou: três anos atrás, o índice de
descontentamento sobre o tema era de 74%. Leia
Tai, ó, não precisa fazer plebiscito. Qualquer criança
sabe, qualquer criança brinca... é só perguntar pro Gabrielzinho. Mas é bom
essa turma ir tocando a política com mais cuidado, pois pra esse índice de
insatisfação chegar a 100%, não deve levar mais três anos não... e aí, a praça
dos Três Poderes pode virar uma praça Taksim ou até coisa pior, como uma Tahrir,
no Egito.
As semanas se arrastaram, sem nenhum
sinal de que os estudantes seriam processados ou libertados em breve. O
"comitê de presos" clandestino de apoio aos detidos conclamou os
alunos das escolas secundárias de Córdoba a fazerem uma marcha pelas ruas
exigindo sua liberdade. Alberto convidou Ernesto, então com 15 anos, a se
juntar a eles, porém, surpreendentemente, ele se recusou. Ele aderiria, disse,
somente se lhe dessem um revólver. Argumentou com Alberto que a planejada
marcha era um gesto inútil, que pouco adiantaria, e os estudantes iam
"levar uma surra monumental com cassetetes”.
No trecho acima, Ernesto é Ernesto Guevara, que aos
quinze anos já sabia que para se fazer um bom omelete é preciso quebrar alguns
ovos. O texto foi retirado do livro
“Guevara - uma biografia” de Jon Lee Anderson, que comecei a ler esta semana
pra ver se, digamos, me inspiro um pouco. Já havia lido uma biografia sobre Che
– faz tempo - mas achei meio fajuta, essa parece muito boa – foi lançada em 97...
mas há de ter muita fé para se crer en
la Revolución, pois são quase 900 páginas.