“Quarenta e oito estratégias detalhadas e intencionais,
elaboradas com muita habilidade e perspicácia visando obter - e manter - o
poder. Os escrúpulos são item opcional” Comentário
sobre o livro “As 48 Leis do Poder” de Robert Greene, no site getAbstract
especializado em resumir livros e relatórios sobre Economia e Negócios.
Faça os outros
trabalharem por você, mas sempre fique com o crédito.
Use a sabedoria, o conhecimento e o esforço físico dos outros em causa própria.
Não só essa ajuda lhe economizará um tempo e uma energia valiosos, como lhe
dará uma aura divina de eficiência e rapidez. No final, seus ajudantes serão
esquecidos e você será lembrado. Não faça você mesmo o que os outros podem
fazer por você.
Esta é a Lei 7 de um livro que se tornou obrigatório para
compreender o novo prefeito de São Paulo, João Doria. Há mais 47 mandamentos
desta estirpe. A leitura pode ajudar seus eleitores a entender o homem a quem
deram o poder de comandar a maior cidade do Brasil e a população a compreender
esse tipo ascendente de político- e ascendente não só no Brasil, mas no mundo,
como a vitória de Donald Trump demonstrou - que se anuncia como não político.[...].
É comum
políticos citarem frases e autores ao tomar posse de seus cargos públicos.
Sempre dá “um lustro”. Mas como escolher, entre toda a literatura mundial de
ficção e não ficção, o conhecimento impresso através dos séculos, qual é o
livro e o autor que merecem ser eleitos tanto para representar a apoteose
pessoal de cada um como para ilustrar o momento histórico diante das câmeras?
[...].
É mais do que
significativa a escolha de Doria, que pelo seu comportamento parece acreditar
ser uma versão atual de “Príncipe”, de citar um autor que já foi chamado de “o
novo Maquiavel”, assim como um best-seller internacional. E também é
significativo que o faça olhando para seu padrinho, o governador Geraldo
Alckmin que, como diz o afilhado, “gosta de boas citações”.
Ninguém pense
que Robert Greene e suas 48 leis dos poder são apenas uma reciclagem mal
ajambrada de clássicos do ramo, como o “O Príncipe”, de Nicolau Maquiavel
(1649-1527), ou “A Arte da Guerra”, de Sun Tzu (séc IV a.C)... O livro citado
pelo prefeito de uma das maiores cidades do mundo já foi definido como a
“Bíblia dos Psicopatas”. Mas, quando lhe acusam de estar promovendo o pior,
Robert Greene se limita a dizer: “Eu não sou mau, sou apenas realista”.
Logo, quem o critica é um tolo, porque não percebe o mundo real – ou um
dissimulado, porque finge não percebê-lo. Ser escroto, neste caso, é convertido
num ato de honestidade. Ainda que as pessoas não precisem ficar sabendo, como
alerta a Lei 3: “Envolva-as em bastante fumaça e, quando elas perceberem as
suas intenções, será tarde demais”. ELIANE BRUM/EL PAÍS – Leia
na íntegra