*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

“Os mano chegaram”

O censo da população carcerária pode custar R$ 18 milhões. O projeto está sendo idealizado pela ministra Cármen Lúcia, presidente do STF e do Conselho Nacional de Justiça. O valor não está definido, mas a estimativa está sendo considerada dentro do próprio tribunal. O censo servirá para levantar o número de presidiários no país e as condições das penitenciárias – por exemplo, quantos detentos ocupam a mesma cela. O assunto foi discutido no sábado durante a reunião de Cármen Lúcia com o presidente Michel Temer. CONFERE LÁ

Uma percepção é incontornável quando se pensa no Rio de Janeiro: a de o estado ser o epicentro do crime e da violência no Brasil. Dentro de seus es­treitos limites, um quinto do tamanho de São Paulo, bandidos de três poderosas facções criminosas mandam e desmandam com desfaçatez. Dos morros cariocas sob seu comando saem as drogas e as armas que alimentam um vigoroso comércio ilícito, movido a ba­la e sangue. Quando parecia que os quadrados do tabuleiro da bandidagem estavam preenchidos, um abalo sísmico desarranjou as peças: o paulista Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior potência do crime nacional, entrou no jogo - para ganhar.
Com base em um conjunto de mais de 1500 grampos telefônicos registrados em abril [de 2016], aos quais VEJA teve acesso com exclusividade, a Polícia Civil fluminense concluiu que a quadrilha paulista fincou pela primeira vez bases próprias no Rio. Desfez assim um acordo tácito que perdurava havia mais de duas décadas com o poderoso Comando Vermelho (CV). "Reunimos provas de que o PCC não quer mais somente despejar armas e drogas no Rio; agora quer controlar a operação da venda do varejo, conquistando territórios", afirma o delegado Antenor Lopes Jú­nior.  Reportagem de Leslie Leitão, publicada na Revista Veja sob o título "Os manos chegaram"