O censo da população carcerária pode custar R$ 18 milhões. O projeto está
sendo idealizado pela ministra Cármen Lúcia, presidente do STF e do Conselho
Nacional de Justiça. O valor não está definido, mas a estimativa está sendo
considerada dentro do próprio tribunal. O censo servirá para levantar o número
de presidiários no país e as condições das penitenciárias – por
exemplo, quantos detentos ocupam a mesma cela. O assunto foi discutido no
sábado durante a reunião de Cármen Lúcia com o presidente Michel
Temer. CONFERE
LÁ
Uma percepção é
incontornável quando se pensa no Rio de Janeiro: a de o
estado ser o epicentro do crime e da violência no Brasil. Dentro de seus estreitos
limites, um quinto do tamanho de São Paulo, bandidos de três poderosas facções
criminosas mandam e desmandam com desfaçatez. Dos morros cariocas sob seu
comando saem as drogas e as armas que alimentam um vigoroso comércio ilícito,
movido a bala e sangue. Quando parecia que os quadrados do tabuleiro da
bandidagem estavam preenchidos, um abalo sísmico desarranjou as peças: o
paulista Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior potência do crime nacional,
entrou no jogo - para ganhar.
Com base em um
conjunto de mais de 1500 grampos telefônicos registrados em abril [de 2016], aos
quais VEJA teve acesso com exclusividade, a Polícia Civil fluminense concluiu
que a quadrilha paulista fincou pela primeira vez bases próprias no Rio. Desfez
assim um acordo tácito que perdurava havia mais de duas décadas com o poderoso
Comando Vermelho (CV). "Reunimos provas de que o PCC não quer mais somente
despejar armas e drogas no Rio; agora quer controlar a operação da venda do
varejo, conquistando territórios", afirma o delegado Antenor Lopes Júnior.
Reportagem de Leslie Leitão, publicada na Revista
Veja sob o título "Os manos chegaram"