“Relatos
como o do empresário Leo Pinheiro não são assustadores porque todo mundo já
desconfiava que era assim que a “banda tocava”, mas cada vez que se ouve uma
coisa dessas, a gente fica espantada. Como pode o Congresso Nacional pode
funcionar assim? Parece que os políticos perderam a cerimônia e a vergonha.
Qualquer coisa está à venda no Congresso. Essa corrupção disseminada e
organizada não existia há 20, 30 anos; é uma coisa nova” Merval
Pereira/O Globo
Com mais de mil contas a serem investigadas e o maior volume de
dinheiro já bloqueado pelas autoridades locais, o Ministério Público da Suíça
criou a maior operação anticorrupção de sua história e uma força-tarefa própria
para investigar os crimes ligados à Operação Lava Jato.
E o resultado surpreende: o
esquema de desvios na Petrobras já é o maior escândalo de corrupção
identificado no sistema financeiro do país europeu, superando casos envolvendo
ditadores de longa data e mesmo o recente episódio da Fifa.
País que registra
os depósitos de um terço da fortuna mundial privada, a Suíça tem em seus
bancos cerca de US$ 2,8 trilhões em ativos. Nos escritórios da Procuradoria em
Lausanne e em Berna, o caso envolvendo a estatal brasileira vem ocupando um
espaço considerável.
A complexidade das estruturas
bancárias montadas para esconder o dinheiro elaborada por empresas e políticos
brasileiros fez os suíços darem um tratamento inédito à investigação. Além de
mais de cinco procuradores, a Lava Jato suíça vai contar com analistas forenses
do mercado financeiros, especialistas em cooperação internacional, membros da
polícia criminal e funcionários da administração federal. [...].
Até agora, mais de US$ 800
milhões já foram bloqueados em conexão com a Lava Jato. Parte desses recursos
estava vinculada a ex-diretores da Petrobras, empresas controladas pela
empreiteira Odebrecht, doleiros, intermediários de diferentes partidos
brasileiros e políticos, como o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Os valores congelados superam
todos os demais casos já investigados pelos suíços. Até hoje, o recorde havia
sido o congelamento, em 1998, de US$ 650 milhões em nome de Ferdinand Marcos,
das Filipinas, em preços atualizados. Nos anos 1990, o ditador nigeriano Sani
Abacha teve US$ 620 milhões bloqueados nos bancos suíços. Comemore
na íntegra
Da série “O Fantasma da Câmara” - Mistério em
Brasília. Quem foi o autor da emenda que pretendia conceder anistia aos
políticos que se beneficiaram de dinheiro de caixa 2 nas eleições passadas?
Quem se movimentou pra colocar isso na pauta de votações da Câmara? Nenhum
deputado admite saber. Mas o risco do projeto voltar a plenário é grande. CONFERE
LÁ