O Fundo
Monetário Internacional manteve a previsão de que o Brasil só voltará a ter um
superávit primário (economia que o governo precisa fazer para pagar os juros da
dívida pública quando as receitas superam as despesas) a partir de 2020,
segundo o relatório “Fiscal Monitor”, divulgado nesta quarta-feira (5). O órgão
prevê que as contas do setor público no Brasil continuarão a colecionar rombos,
ainda que cada vez menores, pelo menos até 2019. Publicado no Globo Economia
A mais cruel notícia da última semana veio do mercado de trabalho.
De acordo com o IBGE, foram consultadas 166 milhões de pessoas em idade de
trabalhar. Delas, 64 milhões declararam-se fora do mercado: nem trabalham, nem
procuraram emprego. Isso nos deixa com uma força de trabalho da ordem de 102
milhões: 90 milhões declararam que estavam empregados e 12 milhões afirmaram
que procuraram emprego no período mas não tiveram sucesso — ou seja, estavam
desempregadas por definição.
Desses números emerge a
assustadora taxa de desemprego de 11,8% (12/102 x 100). Em termos
físicos: de cada dez pessoas que podem e querem trabalhar, uma está
desempregada. Mais preocupante ainda é a revelação de que, na faixa de 18 a 24
anos de idade, uma em cada quatro está desempregada!
Não há tragédia mais dolorosa
imposta a uma sociedade do que a de dissipar a sua maior riqueza, os seus
cidadãos, roubando-lhes a oportunidade de se realizarem no exercício de uma
atividade decente que lhes dê identidade e os qualifique entre os seus pares. E
quando ela se concentra sobre a sua juventude, o país joga fora o seu futuro!
Diante desses fatos, o presidente
Temer, que, na qualidade de vice, nunca foi consultado nem cheirado em matéria
de economia, mostrou a sua preocupação, mas pôs os pingos nos
"is": "a culpa pelo alto desemprego não é minha". E
tem razão.
O alto nível de desemprego é o
resultado não intencional de uma política econômica voluntarista e insensata
que, a pouco e pouco, desde 2012, foi desconstruindo a confiança da sociedade
no governo. Este atingiu o paroxismo e consagrou o seu completo alheamento
quando escondeu a verdadeira situação do país, à custa da propaganda enganosa,
para reeleger-se. Trechos do artigo “Com alto
índice de desemprego, Brasil joga fora o seu futuro” de Delfim Netto/Folha
– Leia
na íntegra