“Paulo Cesena, presidente da Odebrecht
Transport, o braço da empresa para o setor de transportes e mobilidade urbana,
afirmou em sua delação que houve repasse de dinheiro para Eliseu
Padilha e Moreira Franco em troca de que pleitos da Odebrecht na
Secretaria de Aviação Civil fossem atendidos. Padilha e Moreira, segundo
Cesena, pediram o dinheiro em nome do PMDB” Lauro Jardim, nesta
sexta, no Globo
Executivos da
Odebrecht começam a assinar delação
e ‘maremoto’ se
aproxima de Brasília
As delações premiadas mais aguardadas
da Operação Lava Jato – e as potencialmente mais danosas para o Governo
Michel Temer e para a elite política brasileira em geral – começaram a ser
assinadas nesta quinta-feira. A construtora Odebrecht, a maior do setor na
América Latina, firmou um acordo de leniência (ajuste de conduta) com o
Ministério Público Federal. Foi o primeiro passo para que dezenas de executivos
e diretores da empreiteira, inclusive o ex-presidente Marcelo Odebrecht,
pudessem finalmente também começar a assinar acordos de colaboração com a
Justiça negociados há meses nesta quinta.
Os termos do acordo de leniência
preveem que a empresa pague uma multa de 6,7 bilhões de reais ao longo de 23
anos – a maior indenização paga por uma companhia brasileira por crimes de
corrupção. Em valores corrigidos, o montante chegará a 8,5 bilhões. Parte dos
recursos será revertido para autoridades dos Estados Unidos e Suíça, mas a
maioria irá para os cofres públicos brasileiros, de acordo com a Folha de S.
Paulo. Em contrapartida, a Odebrecht poderá continuar firmando contratos com o
poder público, algo visto como fundamental para que continue suas operações e
não feche as portas.
O acordo
de colaboração com a Justiça é monumental e pode fazer a Lava Jato, a já maior
investigação da história brasileira, mudar de escala. Ao todo, 77 executivos e
ex-executivos do grupo querem fazer delação premiada em troca de redução de
pena, mas o acerto ainda precisa ser validado pelo ministro do Supremo Tribunal
Federal Teori Zavascki, relator dos processos da Lava Jato. Antes de enviar o
material ao STF _a corte é a responsável porque alguns dos políticos citados
têm direito a foro privilegiado, os procuradores irão analisar se o conteúdo
das delações feitas pelos funcionários e diretores são relevantes do ponto de
vista da investigação, o que pode se estender até as vésperas do recesso do
Judiciário, em 20 de dezembro. Da Arena Corinthians, em São Paulo, à usina
hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira, no Pará, existe a suspeita de que
dezenas de obras e contratos da empreiteira tenham envolvido formação de cartel
ou pagamento de propinas. CONFERE
LÁ