*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

“Uma aula de jornalismo”

A ex-presidente Dilma Rousseff concedeu entrevista para o programa "UPFront", da rede Al Jazeera. Um trecho da conversa, divulgado na internet, porém, mostra que o papo foi pouco amigável. Nas imagens, a petista demonstra irritação ao ser quetionada sobre se havia sido "cúmplice" ou "incompetente" em relação aos escândalos de corrupção envolvendo a Petrobras.
"Algumas pessoas podem dizer — levando em consideração que você foi conselheira [da Petrobras] por um longo período, depois foi presidente da República — que você sabia o que estava acontecendo e, nesse caso era cúmplice. Ou você não sabia e, nesse caso, foi incompetente. Qual dos dois você é?", questiona o entrevistador.

Dilma, então, responde que "este é o tipo de 'Escolha de Sofia' e eu não entro nela". "Não é isso que acontece. Há uma diferença no mundo inteiro entre um conselho e uma diretoria-executiva. Nem todos os membros da diretoria sabiam que aqueles diretores da Petrobras tinham mecanismos de corrupção e estavam enriquecendo de forma indevida", afirmou. Leia na íntegra

Mais de uma década de PT no poder, e nossos “jornalistas” preferiam fazer selfie com a “presidenta” em vez de colocá-la contra a parede com perguntas incômodas. Sim, não há como negar que, de forma geral, nossa mídia foi cúmplice do petismo, com raras e honrosas exceções (algumas delas decepcionando bastante hoje). Foi preciso vir um jornalista de fora, sem rabo preso, da Al Jazeera, para fazer a pergunta de forma direta, sem rodeios, que nossos “jornalistas” se recusavam a fazer. Vejam:
sso é jornalismo! Isso é uma entrevista pra valer! É mais ou menos o que faz a Fox News nos Estados Unidos com vários de seus entrevistados, tentando extrair suas incoerências, respostas objetivas, fatos. Não é, infelizmente, o que fazem os nossos entrevistadores de forma geral, que preferem levantar bolas para o governo, de forma simpática, quase bajuladora.
Talvez, se mais jornalistas tivessem feito seu trabalho com essa coragem, independência e determinação desde o começo do governo Lula, as coisas pudessem ter sido diferentes em nosso país. A imprensa tem um papel muito importante, o “quarto poder”, como se diz. Mas, para tanto, precisa agir de forma independente mesmo, apartidária, sem tanta ideologia, e disposta a desafiar o poder.
Como fazer isso, porém, com tantos jornalistas esquerdistas que colocam sua ideologia acima dos fatos e com tantos veículos de imprensa dependendo das verbas públicas?
Trecho do artigo “Você foi cúmplice ou incompetente?”: Uma aula de como nossos jornalistas deveriam agir posta do no blog do Rodrigo ConstantinoLeia na íntegra