A
ex-presidente Dilma Rousseff concedeu entrevista para o programa
"UPFront", da rede Al Jazeera. Um trecho da conversa, divulgado
na internet, porém, mostra que o papo foi pouco amigável. Nas imagens, a
petista demonstra irritação ao ser quetionada sobre se havia sido
"cúmplice" ou "incompetente" em relação aos escândalos de
corrupção envolvendo a Petrobras.
"Algumas
pessoas podem dizer — levando em consideração que você foi conselheira [da
Petrobras] por um longo período, depois foi presidente da República — que você
sabia o que estava acontecendo e, nesse caso era cúmplice. Ou você não sabia e,
nesse caso, foi incompetente. Qual dos dois você é?", questiona o
entrevistador.
Dilma,
então, responde que "este é o tipo de 'Escolha de Sofia' e eu não entro
nela". "Não é isso que acontece. Há uma diferença no mundo inteiro
entre um conselho e uma diretoria-executiva. Nem todos os membros da diretoria
sabiam que aqueles diretores da Petrobras tinham mecanismos de corrupção e
estavam enriquecendo de forma indevida", afirmou. Leia na íntegra
Mais de uma década de PT no poder,
e nossos “jornalistas” preferiam fazer selfie com a “presidenta” em vez de
colocá-la contra a parede com perguntas incômodas. Sim, não há como negar que,
de forma geral, nossa mídia foi cúmplice do petismo, com raras e honrosas
exceções (algumas delas decepcionando bastante hoje). Foi preciso vir um
jornalista de fora, sem rabo preso, da Al Jazeera, para fazer a pergunta de
forma direta, sem rodeios, que nossos “jornalistas” se recusavam a fazer.
Vejam:
sso é jornalismo! Isso é uma
entrevista pra valer! É mais ou menos o que faz a Fox News nos Estados Unidos
com vários de seus entrevistados, tentando extrair suas incoerências, respostas
objetivas, fatos. Não é, infelizmente, o que fazem os nossos entrevistadores de
forma geral, que preferem levantar bolas para o governo, de forma simpática,
quase bajuladora.
Talvez, se mais jornalistas
tivessem feito seu trabalho com essa coragem, independência e determinação
desde o começo do governo Lula, as coisas pudessem ter sido diferentes em nosso
país. A imprensa tem um papel muito importante, o “quarto poder”, como se diz.
Mas, para tanto, precisa agir de forma independente mesmo, apartidária, sem
tanta ideologia, e disposta a desafiar o poder.
Como fazer isso, porém, com
tantos jornalistas esquerdistas que colocam sua ideologia acima dos fatos e com
tantos veículos de imprensa dependendo das verbas públicas?
Trecho do artigo “Você foi cúmplice
ou incompetente?”: Uma aula de como nossos jornalistas deveriam agir posta do
no blog do Rodrigo Constantino – Leia
na íntegra