“O que sonham os brasileiros neste momento em que as palavras não
são proibidas, mas sim esvaziadas de substância?” Eliane
Brum/El País
As senadoras de
oposição estão fazendo exatamente a mesma coisa que os
partidos governistas fazem na Câmara: tentando ganhar tempo, ou ganhar no
tapetão, num reconhecimento de fragilidade, fraqueza, falta de votos.
Gleisi Hoffmann,
Fátima Bezerra e Vanessa Grazziotin, entre outras, ocuparam a presidência do
Senado contra a reforma trabalhista, admitindo que a oposição não tem voto para
impedir a atualização da CLT, num quadro com quase 14 milhões de desempregados.
É inédito e surpreendente.
E o presidente Michel
Temer comanda a ação de seis partidos da base aliada para substituir os membros
da CCJ da Câmara que se declaram dispostos a autorizar o processo contra ele no
Supremo. Já foram 18 substituições, entre titulares e suplentes. O que é isso?
A admissão de que, se fosse no voto, com a composição original, o governo
perderia.
Então, em vez de
luta política, de ideias, de voto, temos outras formas parlamentares em ação:
ganhar no grito, no tapetão, impedindo a livre manifestação de deputados e
senadores e a vitória da maioria nas casas onde todos foram eleitos pelo povo –
artigo de Eliane Cantanhêde publicado no Estadão,
ontem, às 18h17
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