*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Vomitando e flechando

Crianças baleadas nas escolas, mãe e filha abatidas no meio da rua, um porteiro atingido por uma granada, um bebê alvejado na barriga da mãe, homens e mulheres mortos por assaltantes ou por policiais, policiais mortos às dezenas, jovens pobres mortos às dúzias, mortos, mortos, mortos.
Em qualquer lugar que se proclame em paz, todo esse sangue derramado causaria uma crise nacional, com demissão e renúncia de autoridades, processos, investigações.
Aqui, como em outras cidades sitiadas, as notícias caem como pedras na água, traçam alguns breves círculos de comoção e pronto, nunca mais se fala no assunto. Não há espaço, nem físico nem emocional, para discutir tantas tragédias; o cotidiano as absorve rapidamente, uma após a outraTrechos da crônica “Guerra” publicada na coluna de Cora Rónai/O Globo, hoje

Em entrevista ao programa Conexão Roberto d'Ávila, exibida na noite desta quarta-feira (5) pela GloboNews, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que precisou fazer uma "escolha de Sofia", ao ouvir a gravação da conversa entre o empresário Joesley Batista e o presidente Michel Temer, feita durante um encontro dos dois no Palácio do Jaburu, em Brasília...
"Essas pessoas chegaram para mim e disseram assim: ‘Nós aceitamos negociar tudo, mas a 'não denúncia' a gente não aceita negociar’. Eu me vi na seguinte escolha de Sofia.. Eu tinha tomado conhecimento que altíssimas autoridades da república estavam praticado crimes, os crimes estavam em curso e crimes graves. Se eu não aceitasse esse acordo, não teria como apurar estes crimes. Eu teria que fingir que nada tinha ouvido, que nada tinha acontecido, e essas pessoas continuariam a cometer crimes".
Janot também descreveu o que sentiu ao ouvir a gravação: "Fiquei chocado e senti náusea. Foi minha reação física: um choque, e fiquei enjoado mesmo" – Leia na íntegra
Vômito de rodapé, ops!, Nota de rodapé: O deputado federal Vicente Cândido (PT-SP), relator da reforma política na Câmara, vai incluir em seu parecer proposta que vincula o valor a ser gasto nas campanhas do ano que vem à receita líquida do governo federal.
Com isso, o fundo eleitoral com dinheiro público que será criado para bancar as candidaturas de 2018 poderá ir a R$ 5,9 bilhões, mantidas as previsões do Ministério do Planejamento para este ano. Inicialmente, o valor que estava sendo discutido era de R$ 3,5 bilhões.
Segundo Cândido, a ideia é que o valor do fundo seja de 0,5% da receita líquida. Em 2016, este valor foi de R$ 1,088 trilhão. Para 2017, a previsão de receita do governo é de R$ 1,182 trilhão, segundo consta da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enviada ao Congresso – Vomite na íntegra

A oposição a Michel Temer passou a acreditar na possibilidade de o presidente ser afastado do cargo.
"O quadro mudou. O Rodrigo Maia [presidente da Câmara dos Deputados que assume a Presidência caso Temer seja afastado] foi picado pela mosca azul", diz o deputado Paulo Teixeira, do PT. Parlamentares da base do governo também têm a mesma sensação.
Maia, que comandará a votação que decidirá se a Câmara permite que a denúncia contra Temer siga no STF (Supremo Tribunal Federal), afirma que não foi picado: "Nunca", disse à coluna.
Ele enviou também o link de um site que ensina: "Como Matar uma Mosca". A dica: "Espere até que a mosca fique parada. É muito mais fácil acertá-la quando não está se movendo. Seja sutil! É provável que a mosca esteja lhe observando ao mesmo tempo que você a observa".
Os outros passos: "Aproxime-se da mosca o suficiente para conseguir acertá-la, mas não tão perto que possa fazê-la voar". Depois de matá-la, "limpe a sujeira", pois os resíduos podem assustar "sua família, deixando uma mancha na parede – Mônica Bergamo/Folha de São Paulo

   
Michel Temer pode perder, na próxima semana, o apoio daquele que tem sido o principal fiador de sua manutenção no cargo, o PSDB. Parlamentares tucanos que apoiaram o adiamento de uma decisão sobre o desembarque do governo na Executiva do partido, há cerca de três semanas, agora defendem que a situação se deteriorou e que o PSDB precisa tomar uma decisão rápida.
O timing para o desembarque, segundo integrantes da cúpula da legenda, será após a votação da reforma trabalhista no Senado e a votação da denúncia contra Temer na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, ambas previstas para a próxima semana.
Senadores do PSDB acreditam que a movimentação não pode ocorrer antes disto, sob risco de comprometer a aprovação da reforma, apoiada pelo partido.
A contabilidade no Senado é de sete senadores tucanos, entre um total de onze, favoráveis ao desembarque. – Embarque na íntegra

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