Charge do Amarildo/O Globo
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Destina-se a
produzir espuma e mais nada a segunda denúncia por
corrupção contra o presidente Michel Temer remetida, ontem, à Câmara dos
Deputados pelo Supremo Tribunal Federal.
Não que se trate
de uma denúncia vazia. Não é. E assim o demonstrou fartamente o voto do
ministro Luís Roberto Barroso, na linha do voto do relator do caso, o ministro
Edson Fachin.
Haveria razões
de sobra para que fosse aprovada na Câmara. Ao STF, depois, caberia examiná-la
e decidir por seu acolhimento ou não. Uma vez acolhida, Temer responderia a
processo.
Falta à Câmara,
porém, sensatez, espírito público e compromisso com a busca da verdade. Sobra
medo. Preferirá pela segunda vez a solução de deixar no poder um presidente sob
suspeita.
O que seria
pior? Permitir que a Justiça investigasse um presidente alvo de tão graves
acusações? Ou condenar o país à incerteza sobre se permanecerá sendo governado
por um criminoso ou inocente?
A escolha da
Câmara já foi feita. Não haverá, ali, os 342 votos necessários para a aprovação
da denúncia. Temer, de fato, é refém do Congresso. Mas o Congresso é também
refém dele.
Sem uma larga
maioria de votos no Congresso nenhum presidente governa. Mas nenhum Congresso
integrado por tantos pecadores como este é capaz de salvar-se sem um aliado na
presidência.
Um presidente
pode muito – e mesmo sem apoio popular, Temer tem demonstrado que pode. Uma
mão, portanto, lavará a outra. Ao fim e ao cabo, as duas continuarão sujas – Confere
lá
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