*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

“Só a conversa de bêbado salva o Brasil” por Xico Sá

O Joesley falou para não levar em conta sua conversa com o caro amigo Ricardinho. Conversa de bêbado, disse o açougueiro viciado em comprar arrobas de autoridades no pasto seco de Brasília. Como não levar a sério uma prosa bêbada, colega, seria o mesmo que jogar fora toda a sabedoria de Freud sobre o inconsciente e seus labirintos. Um bêbado com direito às benesses da delação premiada, então, nem se fala. Tem mais crédito ainda no mercado.[...].

Porque só conversa de embriagado merece crédito neste momento do país. Na frente do juiz, sai tudo muito ensaiadinho, nem sempre beira a verdade, o cara só pensa em se livrar do frio xilindró de Curitiba. Com ajuda do álcool, a narrativa faz mais sentido... O certo é que a realidade não passa de uma ilusão provocada pela falta de bebida. Daí a importância de embebedar todos os nossos destemidos delatores.[...].

Atesto e dou fé a toda e qualquer conversa de bêbado. Meu fígado que o diga; minha consciência depois que me repreenda. É do jogo freudiano. Dos sumérios, amantes da cerveja, até hoje... Não dá para confiar, meritíssimo, é na ressaca moral. Seja a ressaca de uma grande roubalheira, como parece o caso do mocó do Geddel, seja uma rebordosa de Veuve Clicquot ou de Jurubeba Leão do Norte - na ressaca, e somente na ressaca extrema, não há luta de classes. Tampouco existe a mínima verdade. Um(a) ressacado(a) é antes de tudo um temente a Deus e às autoridades terrenas, se faz de bonzinho e arrependido, quem nunca?

Na propina política e nos negócios em geral, públicos ou privados, a conversa bêbada tem sempre a sua importância histórica. Vale por uma denúncia de procurador-geral da República. No amor, porém, embora descambe em desabafos épicos na madruga, damos um certo desconto, pode ser apenas um ajuste mental para mais e melhores transas futuras. Leia na íntegra

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