O Joesley falou para não levar em conta sua conversa com o caro amigo
Ricardinho. Conversa de bêbado, disse o açougueiro viciado em comprar arrobas
de autoridades no pasto seco de Brasília. Como não levar a sério uma prosa
bêbada, colega, seria o mesmo que jogar fora toda a sabedoria de Freud sobre o
inconsciente e seus labirintos. Um bêbado com direito às benesses da delação
premiada, então, nem se fala. Tem mais crédito ainda no mercado.[...].
Porque só
conversa de embriagado merece crédito neste momento do país. Na frente do juiz,
sai tudo muito ensaiadinho, nem sempre beira a verdade, o cara só pensa em se
livrar do frio xilindró de Curitiba. Com ajuda do álcool, a narrativa faz mais
sentido... O certo é que a realidade não passa de uma ilusão provocada pela
falta de bebida. Daí a importância de embebedar todos os nossos destemidos
delatores.[...].
Atesto e dou fé
a toda e qualquer conversa de bêbado. Meu fígado que o diga; minha consciência
depois que me repreenda. É do jogo freudiano. Dos sumérios, amantes da cerveja,
até hoje... Não dá para confiar, meritíssimo, é na ressaca moral. Seja a
ressaca de uma grande roubalheira, como parece o caso do mocó do Geddel, seja
uma rebordosa de Veuve Clicquot ou de Jurubeba Leão do Norte - na ressaca, e
somente na ressaca extrema, não há luta de classes. Tampouco existe a mínima
verdade. Um(a) ressacado(a) é antes de tudo um temente a Deus e às autoridades
terrenas, se faz de bonzinho e arrependido, quem nunca?
Na propina
política e nos negócios em geral, públicos ou privados, a conversa bêbada tem
sempre a sua importância histórica. Vale por uma denúncia de procurador-geral
da República. No amor, porém, embora descambe em desabafos épicos na madruga,
damos um certo desconto, pode ser apenas um ajuste mental para mais e melhores
transas futuras. Leia
na íntegra
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