*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

sábado, 26 de novembro de 2016

“Ratazanas devem ser exterminadas”

O pior analfabeto
é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala,
nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo da vida,
o preço do feijão, do peixe, da farinha,
do aluguel, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.
O analfabeto político
é tão burro que se orgulha
e estufa o peito dizendo
que odeia a política.
Não sabe o imbecil que,
da sua ignorância política
nasce a prostituta, o menor abandonado
e o pior de todos os bandidos:
O político vigarista,
pilantra, corrupto e lacaio
das empresas nacionais e multinacionais.

“O Analfabeto Político” Bertold Brecht por Marjorie Salu/Blog do Miranda
   
Muitos cidadãos que bradaram contra o PT e pediram o impeachment de Dilma Rousseff relutam em voltar às ruas para evitar que o PMDB e partidos aliados melem a Lava Jato. Não porque sejam peemedebistas; não porque achem Michel Temer um ótimo presidente; não porque estejam felizes com a nossa situação econômica.
Os cidadãos relutantes têm medo de que o país não consiga superar a queda de outro presidente, se tal for o caso. Ter medo, no entanto, significa dar aval para que a Lava Jato seja ferida de morte pelas ratazanas do Congresso.
O medo dos cidadãos relutantes é alimentado por colunistas que atacam os procuradores e o juiz Sérgio Moro. Esses colunistas afirmam, sem nenhum rubor de vergonha, que a Lava Jato fere o estado de direito; esses colunistas sugerem, sem nenhuma evidência concreta, que a economia vai desmoronar de vez se as investigações avançarem sobre os atuais ocupantes do poder.
Balela. Tudo vem sendo feito dentro da lei. Quanto mais limparmos o país, mais forte será a nossa democracia; quanto mais limparmos o país, mais sólida a nossa economia se tornará.
As ratazanas estão acuadas — e, quando acuadas, guincham alto e avançam sobre quem as acua. Não tenhamos medo de terminar o serviço. Ratazanas devem ser exterminadas. Todas elas.
Por Mario Sabino/O Antagonista