"Lamentavelmente,
eu vejo uma ausência de um discurso mais vigoroso por parte das autoridades
políticas brasileiras em relação ao problema da corrupção. Fica a impressão de
que essa é uma tarefa única e exclusiva de policiais, procuradores e juízes"
Sergio Moro em entrevista concedida à integrantes do grupo internacional
de jornalismo colaborativo "Investiga Lava Jato
É crescente a
preocupação, em gabinetes destacados de Brasília, com a
potencial influência do crime organizado nas próximas eleições. Setores de
inteligência do governo e o Judiciário monitoram o avanço das organizações
criminosas sobre o sistema político nacional, mas é o Congresso quem tem, neste
momento em que está prestes a votar mudanças nas regras eleitorais, as melhores
condições de criar mecanismos que tirem o Brasil da rota já trilhada, por
exemplo, por México e Colômbia.
O financiamento
das campanhas é um ponto crucial nessa matriz de riscos. Passada a análise da
denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel
Temer, a Câmara dos Deputados irá se debruçar sobre a reforma política que
tramita em comissão especial.
O Senado também
discute o assunto e, pelo menos a princípio, o financiamento das campanhas de
2018 deve se restringir a um fundo público e a doações de pessoas físicas. O
problema é justamente que apenas organizações criminosas e instituições
religiosas detêm sempre grandes quantias de dinheiro vivo em caixa e, com a
ajuda de moradores de suas comunidades ou integrantes de suas congregações,
podem contar com diversos CPFs para lavar doações a candidatos de seu interesse
- Por
Fernando Exman, Valor, blog do Noblat/O Globo – Confere
lá
Aliás e a despropósito:
As eleições de 2018 vão renovar a política?
-O sistema
político brasileiro foi desenhado para se autoperpetuar. Não teríamos um Obama,
que fez campanha por quatro anos para se tornar conhecido. Aqui a lei só
permite isso a três meses da eleição. Burocratizamos e estatizamos o sistema
político.
Qual o melhor modelo?
-Defendo
financiamento público e privado, com regras duras e sanções efetivas. É preciso
reduzir exigências de prazo de filiação e de domicílio eleitoral. E uma
cláusula de barreira de 1,5%, como se quer agora, é piada. Não se pode imaginar
que sejam necessários 29 partidos para expressar a opinião dos brasileiros.
A reforma política vai em outra direção, não?
-As regras vão
trazer pessoas parecidas com as que estão aí. O sistema não permite a
revascularização das instituições políticas.O voto distrital poderia criar
novidades, porque a eleição fica mais acessível. Mas o modelo do distritão é
para os que já estão no sistema.
Entrevista de
Roberto Brant - ex-ministro da Previdência - para a Agencia Brasil – Confere
lá
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