Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que
cresceu...
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega o destino pra lá...
A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Roda mundo, roda-gigante
Rodamoinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
Trechos de “Roda Viva”,
música de Chico Buarque
No dia 17 de
abril do ano passado, quando a Câmara autorizou a
abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, 79 mil
pessoas, de acordo com a Polícia Militar (PM), ocuparam a Esplanada dos
Ministérios, em Brasília. Manifestantes pró e contra o afastamento da petista
foram separados por um muro, como forma de prevenir atos violentos.
Ontem, cerca de
350 pessoas se reuniram no gramado em frente ao Congresso, no final da tarde,
para pedir que os deputados autorizassem a investigação por corrupção passiva
contra o presidente Michel Temer. Durante o dia, o gramado da Esplanada dos
Ministérios tinha três manifestantes — dois desistiram e foram embora, sobrou
um.
“Há uma ausência de mobilizadores que convoquem
manifestações nos dois lados da polarização (política). O MBL (Movimento Brasil
Livre) e o Vem pra Rua (que convocaram manifestações pelo impeachment de Dilma)
saíram de cena. Pelo lado petista também não há interesse em convocar grandes
manifestações. A nenhum dos dois lados interessa a saída do Temer. Do lado
governista, por razões óbvias, e, do lado do PT, porque interessa um desgaste
(do presidente) para chegar a 2018 com uma oportunidade maior (de vitória)...
Já se viu que o sistema todo é corrupto. A população não sente mais a raiva que
sentia, que a levou a ir para a rua achando que algo ia mudar.” - Esther Solano, doutora em Ciências Sociais
pela Universidad Complutense de Madrid – Leia
na íntegra
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