Toda vez que um
dos réus se senta em frente ao juiz Sérgio Moro
disposto a dizer a verdade, mesmo que parcial, é sempre um choque. Renato Duque
mostra que, no fim, a corrupção feria até as empresas que pensavam estar sendo
espertas e tendo vantagens. “Era sócio roubando sócio, diretor roubando sua
própria empresa, agente público embolsando sem repassar o dinheiro”, explicou.
Isso foi o que
ele respondeu quando Moro perguntou por que as companhias pagavam propina já
que ele tinha dito que nem era necessário falar com elas sobre isso. “Era
institucionalizado”. Segundo Duque, não era preciso explicar. Elas já sabiam.
Mesmo assim, ele disse que as empresas nem precisavam fazer um cartel e dividir
entre si as obras:
-Havia obras
para todo mundo.
A farra da corrupção
era assim. Duque, lá pelas tantas, nem queria tomar conhecimento do que era
pago a ele.
-Quando chegou a
US$ 10 milhões era mais do que eu precisava.
A exuberância
irracional do dinheiro que jorrava fazia com que a propina fosse paga, mesmo
sem ser cobrada. Corrupto nem precisava contar o dinheiro que entrava em sua
conta, as empresas roubavam a si mesmas. E tudo isso apesar de um sistema
rígido de orçamento de obras.
Segundo ele, uns
50 engenheiros atuavam orçando as obras da Petrobras, e tudo era tão controlado
que a diferença entre o preço mínimo e máximo era pequena. Eles sabiam,
portanto, os custos. Apesar de ser diretor ele não tinha acesso aos orçamentos.
Era tudo rígido, mas ainda assim o dinheiro que entrava em sua conta era mais
do que ele precisava – Por Marcelo Loureiro/blog Miriam Leitão – leia
na íntegra
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