*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Anjos e demônios

Como advogado, meu pai acreditava no poder da inteligência e da razão para entender e explicar o mundo, resolver problemas e disputas, e também para ajudá-lo em suas dúvidas metafísicas, que desafiavam sua espiritualidade difusa, mas intensa. Ele queria acreditar em Deus, mas para isso precisava entender a presença do mal no mundo, que não podia ser entendida só com a razão, e mergulhou em profundas pesquisas sobre os demônios e seus poderes. Sabia seus nomes (que não ouso repetir), hierarquias, atributos e malfeitos, tornou-se quase um demonólogo. Mas não bastava...

As maiores e mais demoníacas matanças da história da Humanidade foram, e continuam sendo, em nome de Deus. As legiões satânicas parecem mais ativas do que nunca, e mais numerosas, conforme a pergunta clássica que os exorcistas fazem aos endemoniados:
- Quem é você?
E a voz satânica rosna, ameaçadora:
-Meu nome é legião.

São legiões de legiões, que, no mundo inteiro, em Brasília certamente, enfrentam os anjos de luz, de bondade, de amor e de paz. É difícil acreditar nisso? Difícil é acreditar no Brizola, no Collor e no Lula... rsrs... dizia meu pai, mas o Brasil acreditava.
Um dia, me disse que, depois de anos e anos de estudos metafísicos e filosóficos, usando toda sua inteligência e lógica, o rigor de seus argumentos, chegara à conclusão inexorável que virou nossa lei:
-Fazer o que tem que ser feito.

Todo mundo sabe o que tem que ser feito. Mas muitos não fazem. Esperam que outros façam – Nelson Motta/O GloboLeia na íntegra

Nenhum comentário:

Postar um comentário