“No seu
pronunciamento sobre o caso JBS, o presidente Temer se aproveitou bem das
atitudes de Joesley e da péssima impressão que causou na opinião pública a
condescendência com os irmãos Batista. Por mais que tenham feito uma delação
premiada importante, não há como aceitar que estejam livres e não paguem pelo
menos um pouco pelo que fizeram. Eles não viraram nossos heróis. Foi um erro e
precisa ser revisto. Isso perturba, inclusive, toda a investigação da
Lava-Jato, porque é um critério sem lógica” Merval
Pereira para o Globo neste domingo 21
Um dos muitos
políticos citados na delação premiada do grupo JBS, o
senador Renan Calheiros (PMDB-AL) não perdeu a oportunidade de mais uma vez se
mostrar o aliado menos fiel do presidente Michel Temer (PMDB). Em nota enviada
à imprensa, ele afirmou que, se Ricardo Saud “ou qualquer outro delator” lhe
relatasse pagamentos de propina ou caixa 2, ele “mandaria prendê-lo” – Leia
íntegra.
Enquanto isso... O senador Renan Calheiros
anda quietinho em meio à balbúrdia, mas voltará a ser notícia na próxima
segunda-feira (22), quando a jornalista Monica Veloso prestará depoimento ao
juiz da 14ª Vara de Justiça Federal de Brasília no processo movido contra o
senador por improbidade administrativa. A ação corre paralela a outra,
criminal, em curso no STF.
A acusação é a
de que Calheiros pagava a pensão da filha que teve com Monica, com dinheiro
recebido da empreiteira Mendes Júnior, por intermédio do lobista Cláudio
Gontijo. Segundo o advogado da jornalista, Pedro Calmon, ela vai confirmar o
recebimento do dinheiro pelos meios que constam na acusação. No depoimento, a
ser feito por vídeo conferência, a partir das 16h, podem surgir novos nomes
como intermediários do senador - Dora Kramer/veja
– Leia
na íntegra
Os termos da
delação do empresário Joesley Batista, dono da JBS,
serão questionados por ao menos um ministro na sessão de quarta-feira do
Supremo Tribunal Federal, que irá decidir se suspende o inquérito contra o
presidente Michel Temer, como pede a defesa.
Temer é
investigado por três crimes: corrupção passiva, obstrução à investigação e
participação em organização criminosa. A dúvida é se o ministro Edson Fachin,
relator do caso no Supremo, poderia ter concedido perdão judicial ao empresário
sem ouvir o plenário da Corte.
Já havia
indignação no STF com os termos do acordo fechado com Sérgio Machado, que
conseguiu livrar os filhos de punição. Os benefícios dados a Joesley elevaram o
tom das críticas na Corte. Já se fala em questionar outras delações.
“Não tenho
notícia de acordo de delação com tantas benesses a um delator”, diz o professor
de Direito da FAAP, Luiz Fernando Amaral - Andreza Matais/Estadão – CONFERE
LÁ
Em seu segundo
pronunciamento em dois dias, Michel Temer desqualificou
o empresário Joesley Batista, a quem chamou de “conhecido falastrão exagerado”
e a quem atribuiu um “crime perfeito”.
Temer pode dizer
o que quiser de Joesley Batista, mas cometeu o pecado original: recebeu-o em
palácio, fora da agenda, em hora avançada da noite, a sós e manteve uma
conversa cordial, de amigos. Por fim, ainda celebrou o fato de que o empresário
conseguiu passar na portaria do Palácio do Jaburu sem se identificar. Por que
tanta deferência com um criminoso falastrão exagerado?
Mais: ao
comentar as reivindicações do empresário que não foram atendidas, Temer disse
que isso é “prova cabal de que meu governo não estava aberto a ele”.
O governo talvez
não estivesse, mas o palácio, na calada da noite, estava - Leia
na íntegra
Henrique
Meirelles é um frio administrador da própria audácia.
Quando diversos barões da economia recusaram convites para colaborar com o
governo de Lula, ele arriscou e aceitou a presidência do Banco Central. Deu-se
bem e hoje é o sonho de consumo do mercado para a sucessão de Temer.
Em 2012, aos 67
anos, tendo amealhado um patrimônio pessoal e profissional, aceitou convite de
Joesley Batista e assumiu a presidência do conselho da holding que controla a
JBS.
Desligou-se do
grupo em 2016. Numa conversa com Temer, Batista refere-se a ele como se falasse
de um vaqueiro de suas fazendas.
Meirelles
esqueceu-se do famoso conselho de Oscar Wilde: "As primeiras impressões
estão sempre certas" - Elio Gaspari/O Globo
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