*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

sexta-feira, 12 de maio de 2017

“Le manque de confiance”

Doutor Moro, o senhor se sente responsável pela operação Lava Jato ter destruído a indústria da construção civil neste país? O senhor se sente responsável por 600 milhões de pessoas que já perderam o emprego no setor de óleo e gás e da construção civil?” - Lula, no depoimento a Sérgio Moro, ao culpar o combate a corrupção pelos males causados pela corrupção institucionalizada que tomou conta do Brasil nos governos petistas” - Augusto Nunes/Veja

Depois de assinar um pré-contrato com a Odebrecht e ter deslocado mais de trinta pessoas para começar a trabalhar em obras emergenciais no Maracanã, a empresa francesa Lagardère desitiu da compra da concessão do estádio. Alegou "falta de confiança no governo".
A empresa cita a falta de estabilidade no processo, uma vez que o governo voltou atrás da transferência de concessão da Maracanã S.A. para a Lagardère e decidiu por nova licitação. 
Em audiência pública recentemente, o governo admitiu que analisava todas as possibilidades e isso acendeu o alerta na matriz da empresa, em Paris, que deu o aval para a saída do negócio.
"A instabilidade que a Casa Civil criou ao admitir voltar atrás no processo que ele escolheu como ideal. Isso depois de mais de um ano, centenas de documentos e garantias, quando o pré-contrato entre as empresas já estava assinado e tínhamos 30 pessoas no estádio há 20 dias. Esse fato repercutiu muito mal na França que determinou que saíssemos do processo de compra, por não haver mais confiança no governo", diz a nota – Leia na íntegra
E por falar em “falta de confiança”: Procuradores franceses estiveram, terça passada, em Brasília, à cata de informações, com colegas brasileiros, sobre um eventual envolvimento de empresas da França nas fraudes da construção de usina nuclear de Angra 3.
Em 2007, a então ministra de Comércio Exterior da França, Christine Lagarde, atual diretora-geral do FMI, visitou as obras de Angra, em companhia do então governador fluminense Sérgio Cabral. Autoridades francesas já investigam a atuação da estatal DCNS no consórcio junto com a Odebrecht para a construção de cinco submarinos — um deles, movido a energia nuclear. Ancelmo Gois/O Globo

   
Rodrigo Janot pode ter conseguido algo difícil ao arguir o impedimento de Gilmar Mendes no caso Eike Batista: construir uma unanimidade dos ministros do Supremo Tribunal Federal a favor do colega – que já se envolveu em controvérsias com vários deles. Isso se a presidente do STF, Cármen Lúcia, não indeferir de ofício seu pedido, sem nem submeter ao pleno, uma possibilidade bem concreta.
Normalmente vistos como 11 ilhas isoladas e incomunicáveis, os juízes da Corte Suprema, nesse tipo de caso, são absolutamente ciosos de suas prerrogativas, e veem na atitude inédita do procurador-geral da República uma brecha que, se aberta, deixará todos eles vulneráveis a questionamentos do mesmo tipo.

A avaliação dos ministros é de que Janot agiu “para o público interno”, ao buscar apoio dos procuradores em meio a um conturbado processo de sucessão no cargo máximo do Ministério Público Federal, no qual enfrenta oposição de mais de um postulante ao seu lugar.
Já pessoas próximas ao procurador-geral dizem que era necessário que a “tese” do impedimento fosse levada à discussão do STF. Ainda que Janot seja derrotado, dizem esses interlocutores, a iniciativa pode ter efeito futuro no comportamento dos próprios ministros na hora de decidir sobre a própria suspeição para julgar casos em que haja relações questionáveis com réus ou advogados das partes - Vera Magalhães/EstadãoCONFERE LÁ

O discurso ensaiado dos petistas ontem de manhã, depois do interrogatório de Lula pelo juiz Sergio Moro, deixa claro como o partido precisa do ex-presidente para ter um bem precioso da política, a perspectiva de poder. O senador Lindbergh Farias resumiu o sentimento daqueles que foram a Curitiba: “Demos um passo à frente.
Conseguimos impor uma narrativa.” Pode ter curta duração. À tarde, quase como resposta a Lula, Moro divulgou as revelações do casal de publicitários Mônica e João Santana, que colocam o ex-presidente mais uma vez no centro de denúncias de prática de caixa dois. Ao atrelar o futuro a Lula e não se permitir criar alternativas, o PT aposta na incerteza - do artigo “PT arrisca tudo” de Lydia Medeiros para O Globo

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