“Doutor Moro, o senhor se sente responsável pela operação
Lava Jato ter destruído a indústria da construção civil neste país? O senhor se
sente responsável por 600 milhões de pessoas que já perderam o emprego no setor
de óleo e gás e da construção civil?” - Lula, no
depoimento a Sérgio Moro, ao culpar o combate a corrupção pelos males causados
pela corrupção institucionalizada que tomou conta do Brasil nos governos
petistas” - Augusto Nunes/Veja
Depois de assinar
um pré-contrato com a Odebrecht e ter deslocado mais de
trinta pessoas para começar a trabalhar em obras emergenciais no Maracanã, a
empresa francesa Lagardère desitiu da compra da concessão do estádio. Alegou
"falta de confiança no governo".
A empresa cita a
falta de estabilidade no processo, uma vez que o governo voltou atrás da
transferência de concessão da Maracanã S.A. para a Lagardère e decidiu por nova
licitação.
Em audiência
pública recentemente, o governo admitiu que analisava todas as possibilidades e
isso acendeu o alerta na matriz da empresa, em Paris, que deu o aval para a
saída do negócio.
"A
instabilidade que a Casa Civil criou ao admitir voltar atrás no processo que
ele escolheu como ideal. Isso depois de mais de um ano, centenas de documentos
e garantias, quando o pré-contrato entre as empresas já estava assinado e
tínhamos 30 pessoas no estádio há 20 dias. Esse fato repercutiu muito mal na
França que determinou que saíssemos do processo de compra, por não haver mais
confiança no governo", diz a nota – Leia
na íntegra
E por falar em “falta de confiança”: Procuradores franceses estiveram, terça passada, em Brasília, à
cata de informações, com colegas brasileiros, sobre um eventual envolvimento de
empresas da França nas fraudes da construção de usina nuclear de Angra 3.
Em 2007, a então
ministra de Comércio Exterior da França, Christine Lagarde, atual
diretora-geral do FMI, visitou as obras de Angra, em companhia do então
governador fluminense Sérgio Cabral. Autoridades francesas já investigam a
atuação da estatal DCNS no consórcio junto com a Odebrecht para a construção de
cinco submarinos — um deles, movido a energia nuclear. Ancelmo Gois/O Globo
Rodrigo
Janot pode ter conseguido algo difícil ao arguir o
impedimento de Gilmar Mendes no caso Eike Batista: construir uma unanimidade
dos ministros do Supremo Tribunal Federal a favor do colega – que já se
envolveu em controvérsias com vários deles. Isso se a presidente do STF, Cármen
Lúcia, não indeferir de ofício seu pedido, sem nem submeter ao pleno, uma
possibilidade bem concreta.
Normalmente
vistos como 11 ilhas isoladas e incomunicáveis, os juízes da Corte Suprema,
nesse tipo de caso, são absolutamente ciosos de suas prerrogativas, e veem na
atitude inédita do procurador-geral da República uma brecha que, se aberta,
deixará todos eles vulneráveis a questionamentos do mesmo tipo.
A avaliação dos
ministros é de que Janot agiu “para o público interno”, ao buscar apoio dos
procuradores em meio a um conturbado processo de sucessão no cargo máximo do
Ministério Público Federal, no qual enfrenta oposição de mais de um postulante
ao seu lugar.
Já pessoas
próximas ao procurador-geral dizem que era necessário que a “tese” do
impedimento fosse levada à discussão do STF. Ainda que Janot seja derrotado,
dizem esses interlocutores, a iniciativa pode ter efeito futuro no
comportamento dos próprios ministros na hora de decidir sobre a própria
suspeição para julgar casos em que haja relações questionáveis com réus ou
advogados das partes - Vera Magalhães/Estadão – CONFERE
LÁ
O discurso
ensaiado dos petistas ontem de manhã, depois do
interrogatório de Lula pelo juiz Sergio Moro, deixa claro como o partido
precisa do ex-presidente para ter um bem precioso da política, a perspectiva de
poder. O senador Lindbergh Farias resumiu o sentimento daqueles que foram a
Curitiba: “Demos um passo à frente.
Conseguimos
impor uma narrativa.” Pode ter curta duração. À tarde, quase como resposta a
Lula, Moro divulgou as revelações do casal de publicitários Mônica e João
Santana, que colocam o ex-presidente mais uma vez no centro de denúncias de
prática de caixa dois. Ao atrelar o futuro a Lula e não se permitir criar
alternativas, o PT aposta na incerteza - do artigo “PT arrisca tudo” de Lydia Medeiros para O
Globo
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